ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
08-12-2011.
Aos oito dias do mês de dezembro do ano de dois mil
e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly, Fernanda Melchionna,
Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Reginaldo
Pujol e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim,
João Antonio Dib, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mauro Zacher,
Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia,
Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA,
foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Lei do Legislativo nº 217/11 (Processo nº
3927/11); pelo vereador Airto Ferronato, o Projeto de Resolução nº 047/11 (Processo nº 3778/11); pelo
vereador Idenir Cecchim, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 027/11 (Processo nº
3776/11); pelo vereador Nilo Santos, o Projeto de Resolução nº 043/11 (Processo nº 3687/11). Também,
foram apregoados os Ofícios nos 1111, 1127, 1129, 1133, 1125, 1126, 1128 e 1132/11,
do senhor Prefeito, encaminhado, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 052, 053,
054 e 055/11 e os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 009,
010, 011 e 012/11 (Processos nos 3884, 3915, 3917, 3923, 3913, 3914,
3916 e 3924/11, respectivamente). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria
do vereador Mario Manfro, deferido pela senhora Presidenta, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, em agenda na
Secretaria Municipal da Saúde, às quatorze horas, em Porto Alegre. Do
EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde, emitidos no dia primeiro de dezembro do corrente. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Nonagésima, Nonagésima Primeira, Nonagésima
Segunda, Nonagésima Terceira, Nonagésima Quarta, Nonagésima Quinta, Nonagésima
Sexta, Nonagésima Sétima e Nonagésima Oitava Sessões Ordinárias e da Vigésima
Quarta, Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima Sétima, Vigésima Oitava,
Vigésima Nona e Trigésima Sessões Solenes. A seguir, a senhora Presidenta concedeu a palavra,
em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Everton Marc, da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra, Delegacia no Rio Grande do Sul – ADESG-RS –, que
discorreu sobre as atividades desenvolvidas pela ADESG, destacando a
importância dessa entidade para o desenvolvimento do País. Durante o pronunciamento do
senhor Everton
Marc, foi
realizada a apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua
Senhoria. Também, o senhor Everton Marc procedeu à entrega, à senhora
Presidenta, de placa alusiva à presença, neste Legislativo, de representantes da Associação dos
Diplomados da Escola Superior de Guerra. Após, a senhora Presidenta convidou os
senhores Everton Marc, Hélio Lourenço Ceratti, Sérgio Domingues de Figueiredo,
João Carlos Kern e Antônio Augusto Mayer dos Santos, respectivamente Delegado,
Conselheiro, Presidente do Conselho Consultivo, Presidente do Conselho Fiscal e
Professor na ADESG-RS, a integrarem a Mesa dos trabalhos. Em continuidade, nos
termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Reginaldo Pujol, João Carlos
Nedel, Elói Guimarães, Dr. Raul Torelly, Bernardino Vendruscolo e Waldir Canal
manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Reginaldo Pujol. Em prosseguimento, a senhora
Presidenta registrou o comparecimento, nos termos do artigo 139 do Regimento,
dos senhores Vanderlei Cappellari, Cássio Trogildo e Adriano Borges Gularte,
respectivamente Secretário Municipal de Mobilidade Urbana, Secretário Municipal
de Obras e Viação e Secretário Adjunto
de Obras e Viação, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos
e concedendo a palavra aos senhores Cássio Trogildo e Vanderlei Cappellari, que
discorreram acerca das obras de restauração da passarela da Estação Rodoviária
de Porto Alegre. A seguir, a senhora Presidenta concedeu a palavra aos
vereadores Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Paulinho Rubem Berta, Airto Ferronato,
Luiz Braz, Aldacir José Oliboni, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Engenheiro Comassetto, Dr. Thiago Duarte e Toni Proença, que se manifestaram e
formularam questionamentos acerca do assunto abordado na presente Sessão pelos
senhores Cássio Trogildo e Vanderlei Cappellari. Em continuidade, a
senhora Presidenta concedeu a palavra aos senhores Cássio Trogildo e Vanderlei
Cappellari para considerações finais e resposta às manifestações e
questionamentos formulados pelos senhores vereadores. Após, foi iniciado o período
de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento,
a tratar do tema “Drogadição e planejamento familiar”. Compuseram a Mesa: a
vereadora Sofia
Cavedon,
Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o senhor Gilberto Brofman; o
senhor Joel Souza de Oliveira e a senhora Sônia Dall’Igna, Diretores do Departamento de
Investigação do Narcotráfico – DENARC. A seguir, a senhora Presidenta concedeu
a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I e II, aos senhores
Gilberto Brofman, Sônia Dall’Igna e Joel Souza de Oliveira, que se pronunciaram sobre
o tema em debate. Durante os pronunciamentos dos senhores Gilberto Brofman, Sônia
Dall’Igna e Joel Souza de Oliveira, foi realizada apresentação de audiovisual referente
ao tema abordado por Suas Senhorias. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180,
§ 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Dr. Thiago Duarte, Dr. Raul Torelly, Adeli
Sell, Engenheiro
Comassetto,
Toni Proença, Aldacir
José Oliboni e Elói Guimarães. Durante o pronunciamento do
vereador Dr.
Thiago Duarte,
foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua
Excelência. Após, a senhora Presidenta procedeu à entrega de flores aos
visitantes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 050, 175, 190 e 200/11 e os
Projetos de
Resolução nos 045 e 046/11; em 2ª Sessão,
o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 008/11, o Projeto de Lei do Executivo nº 048/11 e o Projeto de Resolução nº 044/11. Às dezoito horas e trinta minutos, a senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e secretariados pelo
vereador Paulinho Rubem Berta. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora
Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à
O Sr. Everton Marc, Delegado da
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Delegacia do Rio Grande
do Sul, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de
assunto relativo às atividades da ADESG-RS. Seja bem-vindo.
O
SR. EVERTON MARC: Boa-tarde a todos.
Saudando a Exma Sra Verª Sofia Cavedon, Mui Digna
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, saúdo os demais componentes da
Mesa, os Srs. Vereadores, os adesguianos, as senhoras e os senhores aqui
presentes. Inicialmente, agradeço à Câmara Municipal de Porto Alegre a
oportunidade que deu à ADESG do Rio Grande do Sul para utilizar este espaço
para demonstrar à comunidade porto-alegrense as atividades que a ADESG, em
nível nacional, vem desenvolvendo em prol do Brasil durante os seus 60 anos de
existência, uma vez que, na data de ontem, 7 de dezembro, comemoramos os 60
anos de existência da ADESG. Convido todos para assistirem a um vídeo
institucional, com duração de quatro a cinco minutos, que demonstra como
funciona o Sistema ESG-ADESG.
(Procede-se à apresentação de vídeo.)
O SR. EVERTON MARC: Muito
obrigado. Eu gostaria ainda de salientar – como nós vimos – a preocupação da
Escola Superior de Guerra como sendo um instituto de altos estudos, voltado a
estudar os temas estratégicos e importantes do nosso País.
A
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG – tem por
finalidade difundir esse mesmo pensamento em todas as unidades de federação do
Brasil.
O Curso
de Altos Estudos elaborado na ESG tem a duração de praticamente um ano; nós, na
ADESG, fazemos esse mesmo curso em quatro meses, com em torno de 304
horas/aula. O curso, no Rio Grande do Sul, normalmente começa em junho e
termina em outubro, e é um curso em nível de extensão universitária, em face
dos acordos firmados, inicialmente, com a Pontifícia Católica de Porto Alegre
e, atualmente, com a Faculdade São Marcos, de Alvorada. O atual Comandante da
ESG é o General Túlio Cherem, que foi Comandante aqui do Comando Militar do Sul
recentemente. Temos, como Presidente da ADESG no Rio de Janeiro, o Brigadeiro
Hélio Gonçalves, que, no início de janeiro, estará passando as funções para o
Delegado da Polícia Federal Pedro Luiz Berwanger.
Eu
gostaria também, nesta oportunidade, de dizer que a ADESG, aqui do Rio Grande
do Sul, também deverá completar, no próximo ano, 50 anos de atividade. Nós
formamos 48 turmas aqui em Porto Alegre e somos mais de 7.500 adesguianos no
Rio Grande do Sul.
Eu
gostaria de enaltecer a presença dos ex-Delegados, mas eu gostaria de citar os
nomes de todos os ex-Delegados aqui no Rio Grande do Sul: Engenheiro Armindo
Beux; Engenheiro João Gilberto da Costa Difini; Economista Oswaldo Cypriani
Guindani; Professor Arthur de Mattos Saldanha; General de Brigada Egêo Corrêa
de Oliveira Freitas; Tenente-Coronel Hélio Lourenço Ceratti, aqui presente, e
Engenheiro Sérgio Domingues de Figueiredo, também aqui presente.
Como
todos sabem, a ADESG é uma instituição civil de direito privado, sem fins
lucrativos, de duração ilimitada no tempo e de utilidade pública que também
atuará sem vinculações com partidos políticos, entidades, grupos, associações
ou organizações de qualquer natureza, ressalvado o que dispõe o seu estatuto.
Além disso, a ADESG tem por missão cooperar com entidades públicas e privadas
em estudos, pesquisas e planejamento sobre a conjuntura municipal, regional,
nacional ou internacional.
No Rio
Grande do Sul, nós temos também representações no interior do Estado. As mais
ativas dessas representações são em Caxias do Sul, Passo Fundo, Rio Grande,
Santa Maria e Vacaria e têm como representantes: Dr. Guilherme Tedesco Zanchi,
Pedro Luiz Lima, Sérgio Pacheco Machado, Roberto Antônio Beltrami e Mário Luiz
Bertoni.
Nosso
maior patrimônio é a participação dos adesguianos na vida política, econômica e
social da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País. Nesta Casa, nós temos
Vereadores que foram ou são adesguianos, como é o caso do Ver. João Antonio
Dib.
Finalizando,
enfatizo o nosso lema, que diz tudo para a nossa Associação: “Cor unum et anima una pro Brasilia”, ou
seja, um coração e uma só alma pelo Brasil.
Antes de
encerrar, eu gostaria de agradecer também ao Ver. Reginaldo Pujol, que nos
proporcionou este espaço, que foi deferido pela Presidência da Câmara, e também
marcar a nossa presença aqui hoje, deixando uma placa para a Câmara Municipal
de Porto Alegre. (Palmas.)
(Procede-se
à entrega da placa.)
O SR. EVERTON MARC: Com
isso, encerramos a nossa participação, agradecendo mais uma vez a oportunidade
que a Câmara Municipal de Porto Alegre concedeu à Associação dos Diplomados do
Rio Grande do Sul por ocasião da passagem dos 60 anos da entidade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convido para compor a Mesa o Sr. Everton Marc, assim como
registro a presença e convido a compor a Mesa o Sr. Hélio Lourenço Ceratti,
Conselheiro da ADESG-RS; o Sr. Sérgio Domingues de Figueiredo, Presidente do
Conselho Consultivo; o Sr. João Carlos Kern, Presidente do Conselho Fiscal da
ADESG-RS; e o Sr. Antônio Augusto Mayer dos Santos, Professor na ADESG-RS.
Faremos,
neste momento, o registro fotográfico e para a televisão.
(Posam
para fotografia.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada pela distinção da presença de todos os senhores.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, e
depois prossegue em Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero confessar
que o meu contato com a ADESG nasceu num momento muito importante da minha
vida, Cel. Ceratti. Em determinado momento da história desta Cidade, o então
Governador entendeu de sugerir à Assembleia Legislativa do Estado um filho de
Uruguaiana para presidir o nosso Município, e ele se chamava Guilherme Socias
Villela, que se encontrava no Rio de Janeiro, fazendo a Escola Superior de
Guerra. Então, naquela ocasião, eu fui aguardar, no aeroporto, o Dr. Villela,
que me disse: “Perdi essa grande oportunidade, mas estou sendo convocado e não
tenho alternativa”. Mais tarde, ele faria o curso, e, evidentemente, hoje ele é
um dos tantos diplomados, junto com os senhores.
Todos
verificam que, na direção da ADESG, a começar pelo Rio Grande do Sul, há uma
circunstância que me parece bastante singular: sabidamente, a Escola Superior
de Guerra nasceu pela militância de alguns ilustres militares brasileiros,
entre os quais Cordeiro de Farias, que entenderam fazer um instituto de altos
estudos para elaborar um pensamento, neste País, em que o patriotismo
consequente fosse colocado, acima de tudo, na busca da segurança e do
desenvolvimento. O que me impressionou, meu caro Delegado, é que aqui no Rio
Grande do Sul, Coronel Hélio Lourenço Ceratti e engenheiro Sergio Figueiredo,
os delegados foram, na sua maioria, civis e não militares.
Eu li
hoje, no portfólio que me foi transferido pela presidência, a relação dos
delegados que, ao longo do tempo, estiveram aqui. O senhor é quase uma exceção
entre eles, apesar de ser um militar que muito cedo foi prestar serviço como
civil, inclusive dirigindo a Companhia Estadual de Energia Elétrica,
circunstância que nunca vou me esquecer. No dia em que eu estava entrando na
CEEE, o senhor me chamou e me disse que a CEEE não distribui luz, que luz era
para Quarai, aqui se distribuía energia elétrica.
Então,
com todas essas ligações pessoais, sinto-me muito honrado por ter sido a pessoa
que levou à Presidência da Casa e à Mesa Diretora a solicitação para que lhes
franqueássemos a Tribuna Popular do dia de hoje, exatamente um dia depois do
aniversário da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, no mesmo
mês de dezembro em que não só essa Associação, mas também a Escola Superior de
Guerra foram constituídas.
Então, no
ano que vem, quando essa entidade completar 50 anos, as homenagens serão mais
dirigidas à ADESG do que propriamente à Escola Superior de Guerra. Aí, com
certeza, voltaremos a contar com a presença de todos os senhores, deixando
muito claro – o Hugo Paz sabe disso muito bem – que a data de 7 de dezembro é
muito marcante para mim, porque marcou a data da minha formatura na Pontifícia
Universidade Católica no ano de 1969, no curso de Direito. Então, sempre
festejei essa data; passo agora a festejar com mais razão, porque essa data
também corresponde à criação dessa instituição de homens e mulheres
responsáveis que, de forma tão decidida, se debruçam sobre as grandes
reivindicações nacionais e seus grandes problemas, criando um conceito
extremamente positivo, contribuindo fortemente para que a gente continue na
luta para alcançar aquele Brasil com
que todos sonhamos: um Brasil socialmente justo, politicamente soberano,
economicamente livre e culturalmente desenvolvido. Aos senhores, o meu
reconhecimento e o meu agradecimento, dizendo que, se eu tivesse alguma dúvida
a respeito da excelência dos cursos que a ADESG realiza, eu deixaria de ter
quando ficasse sabendo que o nosso Cidadão de Porto Alegre é um dos seus
professores mais frequentes, o meu querido amigo Antonio Augusto Mayer dos Santos, juntamente com João Carlos Kern,
compondo a Mesa dos trabalhos. A todos os senhores, as minhas homenagens e o
meu reconhecimento.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sra
Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu
quero, em nome da Bancada do Partido Progressista, do adesguiano Ver. João
Antonio Dib, do Ver. Beto Moesch e deste Vereador, dar as boas-vindas a toda
delegação da ADESG, que vem nos visitar; agradecer a presença do Sr. Everton
Marc, do Sr. Hélio Lourenço Ceratti, do Sr. Engenheiro Sérgio Domingues de
Figueiredo, do Sr. João Carlos Kern, do Professor Antônio Augusto Mayer dos
Santos, ilustre Cidadão Honorário desta Cidade; do ilustre Hugo Giudice Paz, do
General Egêo, do Coronel Petri, da Dona Lena e de outras meninas que aqui estão
e do Sr. Sérgio. Sejam muito bem-vindos, e queremos agradecer de nos informar
das atividades, especialmente do nosso Instituto de Altos Estudos que forma
quadros para conhecer os assuntos importantes e estratégicos do nosso País para
assim colaborar fortemente para o nosso desenvolvimento, especialmente pelo
nosso futuro.
Eu sinto
um pouco de ciúmes de vocês, porque, há muitos anos, fui convidado para
participar da ADESG, mas, pelas exigências importantes, eu não pude cumpri-las.
Então, tive que desistir antes do inicio do Curso. Eu quero cumprimentar
aqueles que conseguiram cumprir as exigências importantes e fundamentais para
esse Curso que foi feito para o bem do nosso País. Muito obrigado, sejam muito
bem-vindos.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do art.
206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sra
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Quero dizer, Presidente, que, nesses 60 anos da
Associação da Escola Superior de Guerra, ela já recolheu, ao longo de sua
história, a credibilidade e o reconhecimento necessário para se constituir numa
instituição, hoje, da maior respeitabilidade, não só pela sua formação,
integrada por homens e mulheres de alto nível no campo e no exercício de
atividades públicas e privadas, mas pelo patamar intelectual que a mesma reúne,
e por tratar questões relevantíssimas para a segurança e o desenvolvimento do
nosso País; este imenso continente, talvez um dos mais ricos do mundo, onde nós
precisamos, permanentemente, estar em alerta, dadas as grandes cobiças que se
faz sobre ele, um País que tem a biodiversidade que nós temos, que tem a maior
bacia hidrográfica do mundo, que tem o Pré-Sal. Se nos faltou alguma coisa há
uma década, agora temos aquilo que não tínhamos, que, ali na frente, num futuro
muito próximo, nos dará condições para disputar a supremacia de potência no
mundo, que é o Brasil.
Portanto,
a ADESG tem o seu papel cada vez mais relevante em face das expectativas e das
perspectivas do nosso País. Portanto, a todos vocês, Direção, a nossa saudação,
a saudação do Partido Trabalhista Brasileiro, pelo transcurso dos 60 anos de
fecunda prestação de trabalho e ação em prol do nosso País. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Presidente
Sofia Cavedon, eu quero saudar, em nome da nossa Bancada, do PMDB, todos os
adesguianos; o nosso orador; o Dr. Antônio Augusto, parceiro de muitas lutas,
conhecedor do nosso Direito como ninguém, e toda a Direção da ADESG e quero
dizer que o trabalho que a ADESG faz qualifica, e muito, o nosso tecido social,
pois faz com que as pessoas realmente tenham uma cabeça aberta, com muitos
conhecimentos, e contribuam, no meio social, de uma maneira mais integrada e
mais qualificada. Eu tive a oportunidade, ainda como médico, de conhecer alguns
adesguianos e inclusive de participar – por que não dizer auxiliar – na
formação do próprio curso, na apresentação dos trabalhos de conclusão. Já
estive lá, inclusive, verificando in loco
como funcionam maravilhosamente os trabalhos de conclusão da ADESG, como eles
são feitos, com são feitas as avaliações, e percebi que as pessoas realmente se
sentem muito melhor qualificadas quando concluem os seus cursos. Então, quero
deixar aqui o reconhecimento do PMDB – deste Vereador, dos Vereadores Sebastião
Melo, Idenir Cecchim, Haroldo de Souza e Professor Garcia –, e dizer que nós
estamos juntos, pois reconhecemos o trabalho que a ADESG faz. Também quero
cumprimentá-la por mais um aniversário, e esperamos que o seu trabalho bem
feito e qualificado se estenda por muito e muito tempo. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, falo aqui em nome da Bancada do PSD, composta
também pelos Vereadores Tessaro e Tarciso, bem como em nome da Bancada do PPL,
a pedido do Ver. Toni Proença. Quero cumprimentar a ADESG e dar-lhe as
boas-vindas. Eu estava pensando o que eu iria dizer depois que todos os
Vereadores falaram. Quero resumir dizendo que, no meu entender, os senhores
representam o desenvolvimento nacional e a segurança nacional. Talvez eu possa,
com esta frase, dar as boas-vindas e dizer do nosso sentimento. Quero
especialmente cumprimentar o meu amigo particular, o advogado Antônio Augusto,
que engrandece o Rio Grande do Sul com o seu conhecimento na área do Direito
Eleitoral. Esta semana, mais uma vez, Antônio Augusto, eu fiquei muito feliz
com o que ouvi de uma pessoa de fora do Estado a seu respeito. Parabéns.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Waldir Canal está com a palavra, nos termos do art.
206 do Regimento.
O SR. WALDIR CANAL: Sra
Presidente, muito obrigado. Eu gostaria de deixar registrado, em nome da
Bancada do PRD, a nossa satisfação e parabenizar a Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra – Delegacia no Rio Grande do Sul – bem como todos que
vieram aqui na nossa Casa. Quero dizer que é um prazer recebê-los e, em meu
nome, em nome do Partido Republicano Brasileiro, quero parabenizá-los pelos 60
anos de vida e pela longa história dessa Associação. Muito obrigado, e que Deus
abençoe a todos. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerramos esse momento de Tribuna Popular, agradecendo a
presença de todos que aqui representaram a Associação dos Diplomados. Por mais
que a Escola Superior tenha em seu nome a palavra “guerra”, eu quero dizer que
afiançamos que essa é uma Escola voltada à construção da paz, da soberania
nacional, com certeza. Esses 60 anos significam que ela passou por vários
momentos do Estado Brasileiro, da construção desta Nação, da democracia
brasileira.
Nós, há
pouco, celebramos a Legalidade e exaltamos, de muitas maneiras, o
posicionamento das Forças Armadas daqui, que construiu, com certeza, uma
pavimentação importante para vivermos num País que temos hoje, que preza muito
a sua democracia e que busca aprimorá-la através das instituições. E eu vi que
o aprimoramento das instituições que constitui esse Estado Brasileiro é um dos
principais objetivos de vocês, objetivo esse que tanto nos orgulha.
Parabéns,
muito obrigada pela placa. A Câmara fica honrada. Longa vida e força para essa
Instituição. Que ela cresça junto com o Brasil! (Palmas.)
Solicito
ao Ver. Paulinho Rubem Berta que secretarie os trabalhos para a leitura das
proposições e do material encaminhado à Mesa.
(O Ver.
Paulinho Rubem Berta procede à leitura das proposições encaminhadas à Mesa.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Ver. Paulinho Rubem Berta.
De
imediato, convido o Sr. Cássio Trogildo, nosso Secretário Municipal de Obras e
Viação, e o Sr. Vanderlei Cappellari, Secretário Municipal de Mobilidade Urbana
para compor a Mesa conosco, neste comparecimento, agendado em função de
demandas dos Vereadores desta Casa sobre o problema da passarela que liga a
rodoviária ao Centro da Cidade. Agradeço aos nossos Secretários a presença e
lhes franqueio a palavra.
O Sr.
Cássio Trogildo, Secretário da SMOV, está com a palavra. Muito obrigada pela
sua presença.
O SR. CÁSSIO TROGILDO:
Boa-tarde, Presidenta, Verª Sofia; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras;
Secretário Cappellari, companheiro de Governo; Engenheiro Adriano, nosso
Secretário Adjunto, que nos acompanha; plateia que nos assiste.
Quanto à
questão da passarela da rodoviária, a SMOV foi comunicada, no dia 18 de
outubro, pela EPTC, de que um caminhão havia batido na parte inferior da
passarela, no sentido bairro-centro, bem em frente à rodoviária.
A nossa
equipe técnica foi fazer, então, uma vistoria na passarela, e verificou-se que,
naquele primeiro momento, no dia 18 de outubro, havia acontecido um rompimento
de parte da estrutura de concreto e que não era possível avaliar, naquele
momento, as condições estruturais da passarela.
Portanto,
a decisão do corpo técnico da Secretaria era de que seria necessária a
interdição, por precaução, até que se tivesse um laudo estrutural que desse
conta das condições estruturais da passarela da rodoviária.
O
importante, aqui, em relação à questão estrutural, é que, até então, até o
choque do caminhão na passarela, nós não tínhamos nenhum registro de problemas
estruturais na passarela da rodoviária. Não tínhamos esse conhecimento e não
tratávamos com nenhuma possibilidade, até porque já tínhamos contratado a
substituição do guarda-corpo do corrimão da passarela, que hoje é de concreto,
por um outro guarda-corpo de metal – isso, sim, fruto de um planejamento, da
verificação de que era necessária essa substituição. Agora, quanto à questão
estrutural, nós não tínhamos, até então, nenhum indício, nenhuma conotação de
que a passarela precisasse de algum reforço, de alguma obra estrutural.
Então,
dia 18, foi feita a interdição, às 17 horas. No dia 19, a EPTC começou a
sinalização, e nós, ainda pela manhã, falamos com a Direção do Trensurb, que,
prontamente, cedeu a passarela subterrânea do trem, ali da Estação Rodoviária,
por 24 horas por dia – o que não é o normal, porque o trem, entre as 23h e as
cinco da manhã, não funciona; então, a passarela subterrânea fica fechada
durante o período noturno. Mas, prontamente, o Trensurb abriu essa
possibilidade, e só nos pediu o reforço da Guarda Municipal, o que já passou a
acontecer desde a noite do dia 19.
Então,
nós interditamos no dia 18; do dia 18 para o dia 19 foi a única noite em que
não houve uma passagem segura. A partir do dia 19, à noite, até hoje, nós já
temos a passagem subterrânea do Trensurb aberta 24 horas por dia, no período
das 23h às cinco da manhã, com reforço de segurança da nossa Guarda Municipal.
A partir
da interdição, houve a necessidade de um laudo estrutural, porque, até então,
nós havíamos interditado por precaução. Como não tínhamos certeza da situação
estrutural, por precaução, para que não houvesse nenhum problema maior, foi
feita a interdição. E passamos a trabalhar no laudo estrutural. Esse laudo foi
elaborado por técnicos da própria Secretaria de Obras. No dia 9 de novembro,
nós concluímos o laudo estrutural.
Depois
que conseguirmos colocar aqui o audiovisual, veremos algumas fotos ali que
identificam que alguns cabos protendidos, que fazem parte da sustentação da
passarela haviam se rompido. Portanto, a passarela não suportava nenhum peso
adicional que não o seu próprio, e, para que ela pudesse, novamente, comportar
os pedestres, teria que ter essa recomposição estrutural, essa correção
estrutural do dano causado pelo caminhão.
A partir
do dia 9, com este laudo, por intermédio do qual identificamos que seria
necessário manter a interdição e que, portanto, seria necessário um projeto de
correção estrutural, nós passamos a contratar a elaboração de projeto de reforço
estrutural. Fizemos isso entre os dias 9 de novembro e 5 de dezembro. Nesse
período, nós fizemos três orçamentos; contratamos através de uma adjudicação
direta, porque o valor era menos de 15 mil reais, e a empresa que ofertou o
menor preço desenvolveu o projeto de recuperação estrutural. Isso nós recebemos
no dia 5 de dezembro, segunda-feira, já com o orçamento de quanto custará esse
reforço estrutural, essa reforma estrutural, que tem o objetivo de corrigir o
dano causado pelo acidente, pela batida do caminhão.
Conjuntamente
com a Procuradoria-Geral do Município, então, definimos a modalidade de
contratação da execução do reforço estrutural: será pela modalidade de
emergencialidade, fato que a Lei das Licitações permite. E só foi possível,
então, nesse momento, contratarmos por emergencialidade, porque tínhamos laudo
e projeto de reformulação estrutural, com o devido orçamento.
Na
segunda-feira, recebemos o projeto; já montamos o processo licitatório – está
aqui; já temos três orçamentos de três empresas especializadas, com cadastro na
Secretaria Municipal de Obras e Viação; então, está pronto para ir para a
Procuradoria para os devidos encaminhamentos e para as devidas assinaturas do
contrato.
Nós, na
segunda-feira, anunciamos que, em dez dias, teríamos a empresa contratada –
isso provavelmente acontecerá, então, até o dia 16, sexta-feira que vem –, e
imaginamos, então, que em 90 dias poderemos – é o prazo que estaremos
contratando – ter esse reforço estrutural, essa recuperação estrutural
devidamente encerrada, podendo devolver a passarela da rodoviária, com
segurança, para os pedestres de Porto Alegre.
Enquanto
isso, havíamos paralisado a obra, já contratada, de substituição do
guarda-corpo; liberamos agora o início da execução dessa substituição na parte
não afetada, porque a parte afetada, entre a pilastra e o caracol, ali em
frente à rodoviária, do meio para o outro lado, não foi afetado
estruturalmente. Então, o guarda-corpo já vai começar a ser substituído nessa
parte, e, depois que houver o reforço estrutural em frente à rodoviária, também
vai se concretizar a parte do guarda-corpo em frente à rodoviária. Logicamente
– é tudo interligado – eu teria que falar sobre a questão de trânsito, mas vou
deixar para o Secretário Cappellari.
A EPTC
tomou diversas providências, mas nós tivemos também, em determinados momentos,
a imprensa mais focada no fato da insegurança e menos nos auxiliando na busca
da segurança. E nós insistimos com os veículos de imprensa e parece que fomos
compreendidos, pois a imprensa, agora, tem nos auxiliado a chamar a atenção
para a insegurança ao não passar pela passagem segura, que é a passarela
subterrânea. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Secretário
Cappellari está com a palavra.
O SR. VANDERLEI CAPPELLARI: Boa-tarde, Presidente Sofia; boa-tarde, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras e demais presentes.
Na
verdade, como Secretário e colega Cássio colocou, a EPTC, por medida de
segurança, aciona diariamente várias instituições privadas e públicas e outras
Secretarias parceiras do Município. Em várias ocasiões, por qualquer obstáculo
que ofereça risco, qualquer problema que haja na via pública, a EPTC
imediatamente comunica esses entes privados e públicos para que se manifestem
de acordo com a sua responsabilidade e aquele equipamento público. No dia 18,
em vistoria normal, os nossos agentes de trânsito, ao passarem pelo viaduto,
visualizaram que havia um dano anormal em relação ao que já vinha acontecendo
na passarela da rodoviária.
A nossa
comunicação com a Secretaria de Obras é direta; então, a nossa equipe
operacional já acionou a equipe de manutenção da Secretaria de Obras, e, logo
em seguida, uma equipe técnica da Secretaria de Obras foi ao local para
vistoriar e avaliar quais as medidas a serem tomadas. A partir da decisão de
bloquear a passagem de pedestres pela passarela, houve uma grande mobilização
tanto da Secretaria de Obras como da EPTC,
para viabilizar uma alternativa para o pedestre, porque ali é um local de
alto risco. Para que vocês tenham uma ideia, em 2010, houve três atropelamentos
nesse local. Em 2011, tivemos dois atropelamentos, e um deles foi fatal, que
foi de um chapa antigo da região. A maioria da população que passa por ali
conhecia esse cidadão que operava, durante todos os dias da semana, ali,
auxiliando transportadores, enfim, e que ganhava sua vida dessa forma.
A partir
da definição do bloqueio, medidas complementares que foram tomadas:
imediatamente colocamos os agentes de trânsito, dois em cada lado da Passarela
da Conceição, a fim de orientar os pedestres para que utilizassem o túnel da
Trensurb, que é um local extremamente adequado, seguro para a travessia. Quem
olhou a matéria do jornal Diário Gaúcho, de hoje, feita em parceria com a área
operacional da EPTC, inclusive medindo o tempo de travessia pelo túnel e pela
área superior, pôde constatar tecnicamente que a melhor alternativa é usar o
túnel, onde há segurança vinte quatro horas por dia, é iluminado, e no qual o
tempo para a travessia é bem menor do que aquele utilizado na travessia por
cima, entre os veículos.
Nós
tomamos medidas complementares nesta semana, ampliando o isolamento ali para
obrigar o pedestre a utilizar esse túnel, colocando mais 170 metros de gradil.
O ambiente ficou, na minha visão, muito feio, mas necessário. Uma cidade
civilizada não pode trabalhar daquela forma, cercando todas as alternativas
para obrigar o pedestre a utilizar o túnel. Foram colocadas várias placas de
sinalização, orientando, com frente para a rodoviária, e com frente para quem
faz a travessia da Rua Garibaldi; enfim, em todas as possibilidades de passagem
de pedestre, foi colocada sinalização para que ele utilize o túnel da Trensurb.
Como o
Secretário Cássio colocou, nós temos feito um grande trabalho ali de educação,
já que não há outra forma. Temos o auxílio da Brigada Militar, da Guarda
Municipal, com uma abordagem, às vezes, agressiva àquele pedestre teimoso, que
quer continuar fazendo a travessia por ali. Isso tem reduzido muito o número de
pedestres que por ali passam; a última contagem feita apontou um pedestre por
minuto. Tempos atrás, essa travessia era muito utilizada mesmo com todo o
cercamento que existe no canteiro central e apesar da série de equipamentos
públicos dificultando essa travessia.
Nós vamos
continuar lá até que a passarela seja liberada. Acreditamos que, com a campanha
que está sendo feita, com o trabalho educativo que a imprensa está fazendo
para, inclusive, constranger o pedestre, porque a única forma que se tem de
proibir o pedestre de fazer aquela travessia é pelo convencimento e pelo
constrangimento, com uma abordagem pública, às vezes, com o agente apitando,
sinalizando para ele não utilizar a travessia no meio da via.
Era isso.
Vamos continuar, e, com certeza, a Câmara de Vereadores vai nos auxiliar no
convencimento dos pedestres.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Quero dizer que sábado atravessei a avenida pelo túnel.
Aliás, vi, para minha surpresa, que está cheio de vendinhas o túnel da
Trensurb.
O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra.
O SR. IDENIR CECCHIM:
Eu, que sou neófito em Trânsito e em Engenharia, vou fazer uma pergunta sobre o
que provavelmente todos os meus colegas saibam.
Primeiro,
eu queria cumprimentar o Secretário Cássio e o Subsecretário, que está ali
fazendo a transparência. Parabéns pela sua dedicação! Acho que isso é bonito, é
espírito de corpo, de dedicação à causa. Parabéns ao Cappellari também. Eu
queria fazer uma pergunta ao Secretário Cássio e ao Cappellari. Eu estava
olhando no jornal, e foi repetido por V. Exa que o tempo de
travessia pelo túnel é menor que na rua, ou pela própria passarela. Essa
passarela é meio desnecessária, porque, se pelo túnel se leva menos tempo, é
mais seguro, acho que a solução já está tomada antes da concorrência!
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sra Presidente, Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; meus caros Secretários, Cássio Trogildo e Vanderlei Cappellari,
quero dizer que eu não esperava outra coisa de V. Exas na solução de
um problema que aconteceu, e que precisava ser solucionado. Vossas Excelências
fizeram muito bem!
Mas já que aqui está presente o Secretário Cappellari – e é o meu Secretário, porque eu sou servidor da SMT sempre –,quero aproveitar a oportunidade – não está no contexto –, mas o Sintran era acostumado a usar a Tribuna Popular para criticar a administração da EPTC. E agora não fez isso, mas distribuiu aos Vereadores um ofício, fazendo uma crítica, inclusive com uma nota nos jornais da Cidade.
Então, eu
gostaria que o meu Secretário pudesse dizer alguma coisa para nós com relação
ao que acontece com a EPTC e o Sintran?
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sra Presidente; Sr. Secretário Cássio Trogildo,
da SMOV; nosso Diretor-Presidente da EPTC, e o nosso Secretário Adriano, venho
a este microfone para dizer o seguinte: nós não poderíamos esperar outra coisa,
que não a agilidade que teve a SMOV e a EPTC no momento do sinistro acontecido
na passarela. Foi de uma rapidez, e, tenho certeza absoluta de que isso salvou
vidas, mas o grande problema na nossa Cidade, como disse o Secretário
Cappellari aqui, é a questão educacional no trânsito; são pessoas atravessando
fora da faixa, são pessoas que não contribuem para que o trânsito flua,
atravessando em locais proibido. Por isso quero dar os meus parabéns aqui tanto
à SMOV como à EPTC pelo trabalho realizado. E como foi dito aqui, é mais rápido
atravessar pelo túnel que pela passarela, onde o pedestre tem que desviar dos
carros, e lá é direta a travessia. Parabéns à EPTC, parabéns à SMOV.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sra
Presidente; amigos Secretário Cappellari e Cássio, quero dizer da importância
de tê-los conosco e aproveitar, em meu nome e em nome do meu Partido, para
trazer uma saudação a vocês dois, cumprimentando-os pelo trabalho que realizam
e dizer o seguinte: até porque a passarela é uma questão que nós acompanhamos
de muitos anos, o formato físico da atual passarela nos dá até uma dificuldade
de acesso a ela. Se nós analisarmos, por exemplo, o formato físico do acesso à
acessibilidade do deficiente, ele é bastante, na minha modesta visão,
inadequado àquilo que se propõe. Portanto, modestamente aqui, estou sugerindo
que, quando se pensa no acesso à passarela, dê-se uma pensada na facilitação de
acessá-la tanto naquele acesso normal quanto naquele acesso para os
deficientes. Inclusive, acompanhei uma pessoa cadeirante subindo aquilo e que,
quando chegou lá em cima, estava bastante cansada – é uma sugestão que estamos
dando. Um abraço a vocês e obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Senhora
Presidente, é um prazer receber aqui tanto o Cássio, como também o meu amigo
Cappellari, Secretário da EPTC. Eu tenho, na verdade, dois questionamentos que
servem para os dois Secretários. Um deles é o seguinte: nós notamos que agora,
por exemplo, existe um certo engarrafamento, e as pessoas estão reclamando. Na
verdade, já na Av. Osvaldo Aranha, notamos que existe um começo de
engarrafamento, coisa que antes não existia – quero saber o que é? E também
saber se aquela abertura para a Av. Alberto Bins vai ser definitiva, porque,
afinal de contas, naquela rota – pelo menos eu utilizava muito aquela rota para
chegar até a região mais Central da Cidade –, com aquele fechamento ali, tem-se
que fazer um contorno muito grande para se chegar em determinadas regiões. Eu
quero saber qual é o planejamento? Qual é a solução para fazer aquela abertura,
se vão fazer aquela abertura.
Com
relação tanto ao túnel quanto à passarela, penso que a passarela deveria ser
reformada, e o túnel seria uma opção até que a passarela, quem sabe, pudesse
receber uma reforma. Eu não sei se esse é o planejamento, mas poderia ser
alguma coisa a pensar. Uma coisa não elimina a outra.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, saúdo o Secretário Cássio e o Secretário
Cappellari. Quero dizer da enorme importância da vinda dos senhores aqui, não
só pela informação para o conjunto dos cidadãos de Porto Alegre, mas porque nós
sabemos que, pela passarela da Rodoviária, como se divulga, milhares de pessoas
transitam diariamente. Recentemente, foi obstruída essa travessia e, exatamente
por causa disso, uma pessoa acabou facilitando e perdeu a vida. Isso mexe com
todos nós, porque alguém errou; não sei se foi só o cidadão, talvez a sua
pressa ou a falta de uma orientação bem feita de que havia um outro trajeto
para ele poder fazer. Enfim, o que me preocupa é o seguinte: quanto tempo essa
passarela ficará obstruída, qual é a previsão? E, nessa alternativa hoje
existente, é um lugar iluminado, um lugar com segurança, vai funcionar dia e
noite, na verdade, com os “azuizinhos”, com a Brigada Militar também, em
parceria com o Estado? Porque o cidadão, às vezes, evita passar em um
determinado horário, porque está muito escuro, porque não há nenhuma forma de
segurança. Felizmente, o fim do ano está chegando aí, o Natal e o Ano-Novo,
mas, infelizmente, em janeiro e fevereiro, a Cidade fica um pouco vazia, e é
importante saber como o Poder Público está tratando disso, em relação à
segurança, para que os cidadãos fiquem mais tranquilos. Essa informação é muito
importante. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nilo Santos está com a palavra.
O SR. NILO SANTOS:
Sra Presidente; Secretário Cássio Trogildo, nosso companheiro de
Partido; Diretor Cappellari, é um prazer tê-los aqui conosco.
Falo em
nome da Bancada do PTB, composta pelo Ver. Elói Guimarães, pelo Ver. DJ Cassiá, pelo Ver. Alceu Brasinha e por
este Vereador.
Quero
dizer ao Ver. Oliboni que é claro que alguém errou: quem errou foi o pedestre.
É óbvio, porque o problema na nossa Cidade e em várias cidades é exatamente a
falta de educação. O próprio jornal Diário Gaúcho sinaliza isso, como o Diretor
Cappellari citou aqui. Demora mais atravessar por cima do que atravessar pelo
túnel, Secretário Cássio; demora mais: dois minutos, mas com a maior segurança.
Hoje, parece-me que manter a passarela ali, Secretário Cássio, é muito mais
porque ela já parte do cartão-postal da Cidade do que por necessidade; é muito
mais para manter a característica daquela região.
Quero
aproveitar a oportunidade para cumprimentar o Diretor Cappellari pelo excelente
trabalho; o Secretário Cássio, dizendo que é uma honra tê-lo no quadro do PTB,
assim como o Adriano, nosso Secretário Adjunto, que hoje está assessorando o
Secretário Cássio. Parabéns pelo trabalho; contem com a Bancada do PTB.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.
O SR. PEDRO RUAS:
Sra Presidente, quero inicialmente me desculpar pelo atraso, mas foi
por um motivo de força maior. Recebi os relatos dos depoimentos através da Verª
Fernanda Melchionna e da nossa assessoria de Bancada. Cumprimento o Sr. Vanderlei
Cappellari, Diretor-Presidente da EPTC e o Sr. Cássio Trogildo, da Secretaria Municipal de Obras e Viação. Em relação à
EPTC, registro – o que nunca é demais – que, na CUTHAB, sempre que é solicitada
a presença de representantes da entidade, têm comparecido o Sr. Celso Pitol, a
Srª Maria Cristina Molina Ladeira e o Sr. Antônio Tomelero Júnior; portanto,
ficamos muito agradecidos pela atenção permanente.
Nós
falamos com a Presidente Sofia Cavedon sobre o tema. Houve uma tragédia, é uma
situação que não pode permanecer. Do meu ponto de vista, falando por mim e pelo
PSOL e como Presidente da CUTHAB, não temos, Secretário Cássio, como justificar
qualquer demora. E aqui nós fizemos o procedimento correto. Ninguém foi até a
tribuna atacar o Prefeito Fortunati por isso e por aquilo. O que nós fizemos
foi um pedido à Presidente, que, aliás, prontamente definiu que teríamos a
presença dos senhores aqui.
Nós
queremos realmente saber – eu sei que já foi colocado, mas esse é o registro da
necessidade das suas presenças – é por que essa burocracia que pode custar
vidas. Literalmente pode, ela impede que tenhamos uma solução mais rápida e
que, nesse meio tempo, enquanto não for mais rápido, de forma emergencial, que
as pessoas sejam impedidas de passar ali, porque tem que haver uma contenção
física, não pode ter alternativa, porque a alternativa pode ser literalmente a
morte. Nesse sentido, que eu sei que será esclarecido, em parte já foi, eu
enfatizo a necessidade da urgência do tipo de obra.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Objetivamente,
quero cumprimentar o Secretário Cappellari, o Secretário Cássio. Eu sei das
dificuldades que este assunto gera. O bom seria que nada disso tivesse
acontecido, especialmente pela perda de uma vida humana que, por imprudência ou
não, é um fato que se lamenta.
Tranquilizo-me
com as providências que estão sendo tomadas. Vejo o esforço do Cappellari,
colocando aqueles divisores e fazendo esta divulgação. O jornal Diário Gaúcho
de ontem ou hoje nos traz essa bela contribuição, mostrando que a prudência
remunera duplamente porque dá mais segurança e mais rapidez para as pessoas que
utilizam o túnel. (O Ver. Nilo colabora dizendo-me que é o Diário Gaúcho de
hoje, que é um jornal muito lido, especialmente pelas camadas populares, que
são, certamente, as que mais utilizam aquele trajeto.) Então, pelo túnel é mais
rápido. Essa manchete é fabulosa!
Agora,
Cappellari e Cássio, um assunto traz outro. Há uma grita de muita gente,
Cappellari, por não abrir a alça para a Av. Alberto Bins. O que há sobre isso?
Qual é razão temporária? Mais tarde vai ser aberta? Nunca mais vai ser aberta?
Qual a decisão já tomada neste particular? Uma vez, eu e o Cássio discutíamos
lá na Restinga e ele dizia: “Vocês discutem; o que tiver que fazer, eu faço
depois.” Então, o que o Cássio vai fechar? Vai fechar em definitivo ou vai
abrir num determinado momento aquela alça? Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezada Presidente, Sofia Cavedon; Secretários Cappellari e
Cássio, obviamente o tema que nos traz aqui, neste momento, é a questão da
objetividade da passarela da rodoviária. É claro que o problema da passarela – onde houve esse acidente –
é pontual, mas temos que olhar a Cidade como um todo.
Primeiro,
a observação por quem transita frequentemente naquele “x” é pensar num
mecanismo de proteção e de educação dos pedestres ali, porque, mesmo com a
passarela em funcionamento, eu mesmo, mais de uma vez, tive que prestar a
atenção, diminuir a velocidade ou desviar de pessoas; inclusive, num
determinado dia, uma senhora bastante idosa, com uma criança com não mais de
dez anos, atravessava no meio do canteiro. Então, eu creio que um processo
educativo que envolva não só aquele como outros gargalos ou locais conflitivos
é importante. Eu gostaria de saber o que nós estamos tratando nesse sentido.
Na
terça-feira, nós fizemos, aqui na CUTHAB, mais uma discussão sobre o mobiliário
urbano da Cidade, sobre o qual está se repensando, e esse tema das proteções de
calçadas ou guardiãs não foi apresentado. Eu gostaria de saber se isso está
sendo pensado junto com a reposição do mobiliário urbano, porque, como estão
sendo repensadas as paradas de ônibus, as paradas para táxi e outras, deve
haver, conjuntamente, um processo educativo com o mobiliário e as passarelas,
se nós temos previstas outras passarelas para a Cidade nesses locais que são
conflitivos.
Eu
poderia entrar num outro tema frequente para nós, que é a questão das calçadas:
muitas vezes as pessoas andam pelo meio da rua, porque a calçada está em
péssimas condições. Então, eu também quero trazer esse tema, porque ele se
refere à segurança dos pedestres versus
a disputa do automóvel, que é cada vez mais forte. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra.
O SR. DR. THIAGO DUARTE:
Sra Presidente, eu quero dar as boas-vindas, junto com os meus
colegas, ao Secretário Cássio Trogildo e ao Secretário Vanderlei Cappellari,
que, sempre que solicitados, estão presentes nesta Casa. Quero trazer,
principalmente ao público que nos assiste diretamente, um pouco da minha
experiência na inatividade, porque agora estou licenciado de Legista do IML.
Infelizmente, as mortes em função de acidentes de trânsito são uma coisas
extremamente frequentes. Nós podemos separar os grupos de óbitos nas questões
vinculadas ao projétil de arma de fogo, principalmente à drogadição – a
respeito do qual, coincidentemente, teremos um seminário logo após a presença
de V. Sas – e nas questões vinculadas ao trânsito. Quero dar o meu
depoimento e de toda a Bancada do PDT de que essas duas Secretarias,
principalmente a EPTC – e nós temos observado esse desenvolvimento na Zona Sul
– têm sido pró-ativas no sentido de evitar acidentes. Com isso, Secretário
Cappellari, com “justeza” – que é a denominação que normalmente o Ver.
Sebastião Melo utiliza –, faço essa exaltação ao trabalho que a EPTC tem feito.
Cito como exemplo o entroncamento da Av. Juca Batista com a Estrada da
Serraria. Realmente aquela rótula agora está saneada por uma ação do Poder
Público e, no caso, da EPTC. Tenho certeza de que aqui, nessa passarela, nós
faremos uma ação nesse sentido, mas certamente temos que educar nossa população
de Porto Alegre no sentido de também ter atenção com o trânsito e ter um
comportamento defensivo como pedestre.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Toni Proença está com a palavra.
O SR. TONI PROENÇA: Presidente
Sofia Cavedon, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, quero cumprimentar o Secretário Cássio Trogildo e o Secretário
Adriano, nosso sempre engenheiro de prontidão para resolver as questões da SMOV
na Cidade junto com o Secretário Cássio e o Secretário Cappellari.
Quero
dizer que fico muito contente em ver os dois aqui debatendo os problemas da
Cidade. Infelizmente, hoje, o que os traz aqui é uma notícia ruim, mas, por
pior que seja a notícia, os dois estão aqui enfrentando o problema. Por isso a
minha saudação.
Estou
tendendo a me associar ao Ver. Cecchim pela derrubada da passarela, embora
possa parecer piada isso. O Ver. Raul está agora acenando como sendo da
“bancada da derrubada”. Eu acho que talvez fosse uma decisão ousada e inovadora,
e a Verª Sofia não teria mais onde pendurar as bandeiras.
Então, eu
quero cumprimentá-los, voltar à seriedade que o tema exige e sugerir que, na
próxima vez que possamos ter um evento dessa natureza com a intervenção da
Prefeitura, uns dois ou três dias antes, se use uma maciça publicidade nos
meios de comunicação para prevenir problemas como esse. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registro que o Adriano Borges não é só técnico; ele é Secretário Adjunto. Perdoe-me,
Adriano.
Devolvo a
palavra ao Secretário Cássio Trogildo.
O SR. CÁSSIO TROGILDO: Eu
vou me atentar às questões mais referentes ao abalo estrutural e à contratação
desse reforço estrutural, e o colega Cappellari vai tratar, com certeza, das
questões de circulação do entorno.
Vou
começar pelo final, e o Ver. Toni que foi a último a se manifestar. Ver. Toni,
nós não tínhamos como publicizar com dois ou três dias de antecedência. Como
foi relatado inicialmente aqui, a EPTC constatou que havia um caminhão batido
lá e, imediatamente, entrou em contato com a nossa conservação viária. Nós
vimos que era necessária inclusive a intervenção do Escritório de Projetos e
Obras, e imediatamente, tendo visto o que aconteceu, fizemos a interdição, por
precaução. Inclusive chegamos a ser cobrados, na imprensa, de que o túnel havia
sido bem preparado, bem divulgado, mas logicamente houve um planejamento de uma
reforma para o túnel.
No caso
da passarela, foi um evento não programável, foi um acidente. Nós não tínhamos
como imaginar o acidente; inclusive ele nem ficou registrado e nem se sabe
quando aconteceu essa batida. Depois, pesquisando, mais ou menos se teve uma
ideia de que foi uns 10 dias antes da constatação; alguém teria visto o
caminhão bater, que deu ré e escapou pelo lado da rodoviária. Mas não se tem a
convicção, porque isso não foi registrado. Então, esse foi o motivo por que não
se ter publicizado. Na verdade, a responsabilidade que tivemos foi: assim que
detectamos, por precaução, por não termos condições de saber se era estável ou
não estável, interditamos; logicamente que, a partir daí, começamos então a
trabalhar nas rotas alternativas e seguras – no caso, já no dia seguinte, pela
chamada passagem subterrânea do Trensurb. Portanto, não houve planejamento para
esse acidente. Não há como planejar um acidente, mas, sim, nós temos que ter a
capacidade de, em ocorrência de acidentes, agir imediatamente, e foi o que
aconteceu. Diferentemente foi com a questão do guarda-corpo, que já fazia parte
de um planejamento.
O Ver.
Cecchim encaminhou um Pedido de Providências em 31 de janeiro de 2011; na
verdade, nós já tínhamos licitado a recuperação do guarda-corpo no início deste
ano, e havia dado lote deserto; então, recentemente, nós refizemos a licitação
e estávamos prontos para começar. Como eu havia dito para o Ver. Cecchim, a
questão da interdição não tem a ver com as condições de manutenção da
passarela; a própria execução do guarda-corpo, não fosse o abalo estrutural,
poderia ser executada com a passarela em funcionamento, porque não haveria
nenhum impedimento de que continuasse a utilização da passarela, mesmo com a
obra de recuperação do guarda-corpo, porque esta, sim, foi planejada. Tentamos
licitar uma vez, deu lote deserto; relicitamos, porque era uma coisa que
necessitava de planejamento; era necessária essa substituição pelo guarda-corpo
metálico, que inclusive é mais leve e, portanto, tem menos peso na estrutura da
passarela.
O Ver.
Luiz Braz me perguntou quanto à reforma. Na verdade, as duas ações que estamos
trabalhando na passarela são a contratação para a correção estrutural – agora
na modalidade emergencial, e essa contratação é única e especificamente para
isso –, e, do ponto de vista do que já estava planejado, a substituição do
guarda-corpo. Logicamente a gente já trabalha na possibilidade de verificar
alguma outra necessidade que tenha a passarela, não estrutural, mas de
conservação e manutenção, para dar prosseguimento.
Ver.
Oliboni, nós havíamos anunciado aqui também o prazo estimado. Nós anunciamos,
na segunda-feira, que em dez dias teríamos a contratação. Na segunda-feira,
recebemos o projeto com o orçamento contratado. Até o dia 16, que são dez dias,
nós teremos o procedimento licitatório já com a assinatura do contrato pela
empresa que fará a recuperação, e o tempo estimado para a recuperação é de 90
dias.
O Ver.
Pedro Ruas falou da questão do tempo despendido para isso. Nós entendemos que
tivemos um prazo para fazer o laudo. Quem é da área da Engenharia – e temos
Vereadores engenheiros – sabe que laudo não é algo que se sai produzindo
simplesmente sentando atrás de um computador. É preciso ir lá verificar os
danos, ver quais as alternativas de correção. Então, tivemos um tempo para
fazer o laudo, que foi de 20 dias. A partir do laudo que detectou que realmente
havia ocorrido um abalo estrutural e precisava-se fazer a correção, nós
imediatamente passamos à contratação de uma empresa para elaborar o projeto de
reforço estrutural. Fizemos isso em 25 dias. Nesse prazo, aprova-se a liberação
orçamentária, tiram-se três orçamentos, a empresa que apresentar menor preço é
a escolhida, e aí, nesses mesmos 25 dias corridos, que resultam em 16 dias
úteis, a empresa elabora o projeto de recuperação estrutural, faz o orçamento e
nos entrega. Realmente, nós passamos por essa discussão em relação às obras de
reforma do túnel.
É muito
tempo 18 meses? Não é muito tempo 18 meses? Na verdade, o tempo é o necessário
para que se faça em segurança, logicamente também cuidando para que haja
alternativas de utilização também bastante seguras. O prazo de execução é o
prazo também colocado, do tempo que leva para que esse evento lá ocorrido tenha
sua recuperação, o tempo necessário para se fazer a recuperação. Ali,
justamente pela circulação, é um local de grande complexidade, como o túnel,
que fica muito próximo. Então a obra de reestruturação vai ser muito complexa!
Por isso, vai ter um tempo também de 90 dias, que não é nem um tempo demasiado,
mas é mais do que gostaríamos que pudesse levar.
Nós
tivemos ocorrências semelhantes na Cidade. O Ver. Comassetto, que está aqui,
lembra muito bem, todos que são da zona Extremo-Sul e Restinga também. Nós
tivemos uma situação na ponte da Av. Edgar Pires de Castro, numa grande
chuvarada que ocorreu na Cidade em que foi levada uma parte da cabeceira da
ponte, e tivemos sua interrupção. Esse foi outro evento em que não era possível
de se programar; não havia nenhum abalo estrutural lá detectado, e, com uma
grande chuvarada que se teve, cedeu uma parte da pista. Tivemos que desviar o trânsito
por um período, enquanto contratávamos projetos e fazíamos a contratação
emergencial. Então, infelizmente, esses eventos não são possíveis de se prever.
Logicamente, o planejamento municipal é, tão logo eles aconteçam, ter
capacidade operacional de, rapidamente, responder em tempo hábil e se fazerem
as correções.
Acredito
que, do ponto de vista da obra, eu tenha respondido a todas as questões, mas
continuo à disposição.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Secretário Vanderlei Cappellari está com a palavra.
O SR. VANDERLEI CAPPELLARI: Vou tentar responder a algumas questões: primeiro, da
passarela; depois, o meu eterno Secretário João Dib me fez um questionamento
muito importante com relação ao Sindicato dos Agentes de Trânsito.
Na nossa
avaliação, além da atividade, de pronto, do dia do bloqueio, com a sinalização
ostensiva que foi colocada, com a presença de agentes de trânsito abordando
todos os pedestres para solicitar que utilizassem o túnel, a partir de uma intervenção
do Prefeito Fortunati pedindo que a gente reavaliasse a questão do bloqueio do
pedestre – palavras do Prefeito: “Vamos radicalizar, vamos fazer mais do que se
faz, para que realmente se impossibilite o pedestre de fazer aquela travessia
arriscada.” Então, nós avaliamos e acrescentamos 170 metros de gradil ao que já
existia. Realmente, o ambiente não é agradável de se ver com todo o cercamento
que foi feito tanto no entorno da rodoviária quanto do outro lado da passarela,
no Restaurante Popular e no meio dos canteiros. Foi feito um cercamento muito
agressivo, mas alguns pedestres ainda continuam fazendo aquela travessia
arriscada.
Nós vamos
continuar fazendo esse trabalho incansável. Temos o apoio da Guarda Municipal,
que tem nos ajudado na abordagem, e da própria Brigada Militar, que, a partir
da intervenção da mídia e da nossa solicitação, tem feito um trabalho conjunto
conosco. E tem se reduzido diariamente o número de pedestres que fazem a
travessia no meio dos veículos. Isso é bom. Nunca aconteceu isso.
Em 2010,
tivemos três atropelamentos naquele local. Nós já tínhamos uma preocupação em
evitar aquela travessia, e agora tivemos dois. É bom que as pessoas saibam que
nem foi um pedestre foi atropelado; foi aquele chapa que tinha um defeito em
uma perna, que há mais de 15 anos – e eu o conhecia ali – fazia o seu ponto de
trabalho naquele local. E o atropelamento aconteceu na tentativa de abordagem
da carreta. Ele tentou abordar a carreta, e aí aconteceu um problema que só a
perícia vai identificar. O carreteiro não conseguiu parar o veículo, houve um
acidente mesmo. Então, só a perícia vai identificar as causas.
É muito
importante a acessibilidade do cadeirante na passarela. Essa passarela é muito
antiga e tradicional. Ela tem rampa de acessibilidade. O que se poderia fazer
já está feito. Existe a acessibilidade. A rampa é em caracol e é possível o
cadeirante acessá-la sem nenhum problema; ele também tem acesso pelo túnel.
Então, ele tem duas alternativas que possibilitam que ele se desloque naquele local.
Eu sempre
falo sobre a questão da preocupação com a violência no trânsito, que é um dos
temas mais caros para nós, tema no qual muita energia é gasta diariamente na
EPTC, e, desde sempre, desde a sua época lá, Ver. João Dib, uma das suas
maiores cobranças na nossa área técnica era exatamente buscar a prevenção antes
que ocorresse o acidente; e a nossa filosofia, a nossa metodologia de trabalho
é nesse sentido.
A partir
de setembro do ano passado, nós anunciamos uma série de projetos e medidas para
ampliar e reduzir a violência no trânsito da nossa Capital. Temos tido bastante
sucesso a partir de então, identificando claramente quais são os nossos
objetivos principais. Para que todos saibam, hoje, em Porto Alegre, 41% dos
óbitos são de motociclistas e 40% são de pedestres. Então, 81% dos óbitos no
trânsito da Capital, ou são de motociclistas, ou são de pedestres, dois temas
muito difíceis de serem tratados e trabalhados. Há uma grande resistência
principalmente no comportamento do motociclista e também no pedestre. Temos
feito um trabalho intenso com relação ao respeito ao pedestre nas faixas de
segurança, com abordagem a motorista, a pedestre, autuação do motorista que
claramente desrespeita e não dá a preferência para o pedestre, e temos
conseguido um bom resultado. Em 2010, tivemos 18% de redução no número de
acidentes e estamos, este ano, próximos disso, ainda falta um pouco de
dezembro, mas vamos ficar próximos também em 2011, diferentemente da grande
maioria das cidades do Estado do Rio Grande do Sul e das rodovias. Na maioria
dos Estados do Brasil, temos o aumento da violência, aumento dos óbitos e, por
dois anos consecutivos, vamos ter uma redução, não sei se vamos ter o mesmo
percentual de 2010, mas deve ficar muito próximo. Então, nesse sentido, o trabalho
preventivo, o trabalho de educação, o trabalho de sinalização, de projetos de
circulação, de projetos de segurança, de controle do excesso de velocidade, têm
dado bastante resultado, um resultado bastante positivo.
Quero
deixar muito claro aqui que nós temos uma grande parceria com a Secretaria de
Obras na questão de equipamentos de controle de velocidade na Cidade. Nós temos
implantado, por metodologia técnica e por indicação técnica, em áreas de
escolas, de grande concentração de pedestres, o redutor físico, a lombada
física para controle do excesso de velocidade. Isso tem dado um grande
resultado, se não na diminuição do número de atropelamentos, na redução da
gravidade desse atropelamento. Todo mundo sabe que, em cada 10 atropelamentos,
com o veículo numa velocidade de 50 km/h, 9 pedestres vão a óbito; se
reduzirmos para 30 Km/h, em cada 10 atropelamentos, apenas um pedestre vai a
óbito. Então, é um dado importantíssimo e que nós focamos muito no controle de
velocidade, para redução dos acidentes e também da violência desses acidentes.
O Ver.
Dr. Thiago cita a questão da Av. Juca Batista com a Av. Serraria: era um local
também de bastante atropelamentos, por isso a decisão de anular a rótula e
colocar o semáforo.
Quero
deixar claro também que foi uma parceria com a Secretaria de Obras, que teve
que fazer uma grande intervenção lá, para fazer e preparar a implantação do
semáforo. Então, nós temos uma parceira muito estreita na execução de pequenas
obras e, às vezes, até de obras de porte médio, que normalmente não seriam
realizadas por iniciativa própria, com recursos próprios, mas com contratação.
Cito aqui o caso da Av. Vicente Monteggia, a rótula da Nilo Peçanha, entre
outras pequenas e importantíssimas obras que estão sendo realizadas na Cidade,
com ganho tanto na fluidez quanto também no transporte individual, no
transporte público por ônibus e na questão da segurança, na ampliação da
segurança do sistema viário da nossa Cidade.
Quanto ao
mobiliário, uma questão que foi levantada, o gradil está dentro do mobiliário.
Só está sendo colocado nesses casos, porque a EPTC tem a obrigação de fazer a
questão da proteção do pedestre, mas ele vai entrar dentro do conjunto da
licitação do Mobiliário Urbano e vai ter a publicidade nos gradis para custear
sua implantação. Para vocês terem uma ideia, 170 metros de gradil, na
rodoviária, custaram à EPTC R$ 220 mil.
O Ver.
Luiz Braz, o Ver. João Nedel, o Pujol, o Waldir Canal, entre outros Vereadores,
têm nos questionado, principalmente ao nosso representante aqui, o Pitol, sobre
a questão da alça de abertura da saída do Túnel da Conceição.
Quero
fazer um pequeno comentário em relação a isso, porque é importante. Quando o
Prefeito definiu que iríamos recuperar o Túnel e nos determinou um Estudo de
Viabilidade e alternativas de desvio do Túnel, um dos itens importantes para
melhorar a fluidez do Túnel era fechar a alça de acesso à Av. Alberto Bins. Por
quê? Porque o Túnel tem quatro faixas de circulação; na saída para a elevada da
Conceição, nós temos três faixas, a elevada reduz para três. Então,
normalmente, a quarta faixa da direita deveria ser para acesso a essa alça. Só
que, devido a sua alta utilização, para vocês terem uma ideia, nós tínhamos
seis linhas de lotação que faziam a saída por ali para entrar na Alberto Bins e
acessar os seus terminais. E é o que está nos motivando, hoje, para fazer um
estudo de que forma podemos voltar a abrir e, se voltarmos a abrir, não
prejudicar o Túnel, porque aquela alça era motivo do trânsito lento no Túnel da
Conceição. Por isso é que foram abertas todas aquelas alternativas: Garibaldi,
Santo Antônio, acesso à 2ª Perimetral, a abertura que foi feita embaixo do
Viaduto Dona Leopoldina, enfim, alternativas que foram abertas para manter
fechada aquela alça, exatamente porque ela tem uma grande interferência, porque
o veículo reduz a velocidade, porque ele tem de fazer um acesso à direita, e a
velocidade tem de ser reduzida, porque tem uma lombada, na verdade, ali, que
tem de descer em direção à Alberto Bins; por isso, ele deve reduzir a
velocidade. E ele impacta com a velocidade do Túnel. Mas nós vamos concluir
esse estudo, principalmente quanto ao impacto do sistema de lotação, que foi
jogado lá para o Túnel da Conceição, Av. Mauá, enfim, para poder retornar aos
seus terminais, ampliando o tempo de viagem desses lotações, havendo a
necessidade, então, de avaliar e ver custo/benefício para ver se vamos,
realmente, manter fechada ou abrir aquela alça, o que deverá ser finalizado em
breve. A equipe já fez todo o estudo, mediu os itinerários, o tempo que
aumentou de cada linha, para tomarmos em breve a decisão.
Meu
Secretário João Dib, agradeço a pergunta, Vereador, Secretário e Prefeito João
Dib, sobre o nosso relacionamento e sobre a questão do dissídio coletivo que
fizemos em maio, não só com os nossos Agentes de trânsito, mas com todos os
funcionários da EPTC. Temos lá os funcionários administrativos, que são
representados pelo Semapi, e os Agentes de trânsito representados pelo seu
sindicato próprio, que é o Sintran. Tivemos balizas muito claras para fazer a
negociação do dissídio coletivo, que era o limite financeiro estipulado pelo
Prefeito Fortunati, para os funcionários municipais, EPTC, Carris – o dissídio
da Carris é negociado com o conjunto dos rodoviários –, e aí entramos junto com
o dissídio coletivo do SIMPA, mantendo os mesmos percentuais que eram dados
para os funcionários da Prefeitura Municipal para os funcionários da EPTC. A
nossa liberdade de negociar eram questões pontuais. Por exemplo, uma delas era
a questão da renovação da habilitação, que é uma das atuais reclamações dos
agentes de trânsito. Na negociação coletiva que fizemos, a EPTC bancaria o
custo de renovação dessa habilitação, só que o texto, por falha de avaliação,
Dib, dá um entendimento um pouquinho errado, dizendo que a EPTC bancaria,
inclusive, a mudança de categoria desses Agentes de Trânsito. Para que todos
saibam, o Agente de Trânsito é obrigado a ter habilitação na categoria B para
ingressar na EPTC; então, ele não tem nenhum veículo para conduzir dentro do
quadro da EPTC que precise além da categoria B. Quando necessário... A EPTC já
fez, inclusive, pagamento dos custos de mudança de categoria, no caso, para a
condução de um veículo que necessite além da categoria B. Nós fizemos uma
avaliação, inclusive jurídica, e tivemos o parecer, tanto da PGM quanto da
EPTC, no sentido de que nós nem teríamos como fazer esse pagamento, porque ele
não viria em benefício da Instituição e nem da população. Então, nós tomamos a
decisão de não fazer esse pagamento de mudança de categoria, mas, sim, de
manter o pagamento das renovações.
Outra
reclamação dos agentes é a questão do Processo administrativo disciplinar, o
PAD. Já houve, desde o dissídio coletivo de 2009, uma demanda dos Agentes de
Trânsito, principalmente no Sintran, para a implantação de um Processo
Administrativo Disciplinar, principalmente na questão dos Agentes de Trânsito.
Nós concordamos com isso, mas, dentro do processo de negociação... E que fique
bem claro que quem fez todo o processo de negociação fui eu, tanto com a
categoria dos funcionários administrativos quanto com a dos agentes de
trânsito, e ficou muito claro que nós teríamos 90 dias para implantar o
Processo Administrativo Disciplinar, sem comissão, sem prévia aprovação tanto
dos funcionários administrativos quanto dos agentes de trânsito, porque a nossa
decisão era implantar para toda a Empresa e não só para uma categoria dentro da
Empresa, até para tratar com igualdade todos os funcionários. O que ficou
estabelecido com os dois sindicatos? Que, a partir da implementação – e esse
prazo foi cumprido, foi publicado no último dia do prazo, no 90º dia, na
íntegra, o Processo Administrativo Disciplinar, no Diário Oficial do Município
de Porto Alegre,- nós, a partir da avaliação das categorias, já que o Processo
Administrativo Disciplinar estava estabelecido, aderíssemos a uma comissão de
negociação para melhorar esse Processo Administrativo Disciplinar, que já
estava em vigor, diferentemente do que foi feito outras vezes, em que ficou em
comissões e nunca foi implantado. E nós agora temos o dever de fazer um
processo de negociação e também de melhorar esse processo a partir de agora.
Há, inclusive, dentro deste Processo Administrativo Disciplinar, medida já em
vigor chamada “medida de reversão”, ou seja, se alguma medida for tomada neste
período em que não esteja completamente implantado o processo, isso dá direito
aos sindicatos de solicitar essa medida de reversão de alguma advertência,
enfim, de qualquer medida disciplinar que for tomada nesse período para ser
reavaliada pela comissão que será implantada, acredito eu, num tempo bem breve.
Portanto,
eu avalio, Secretário, Vereador e Prefeito João Dib, que a categoria, tanto dos
agentes de trânsito, como do Semapi, como os funcionários administrativos,
nunca teve ganhos tão expressivos e vantagens tão claras como foram feitas
nesse processo de negociação coletiva em maio de 2011. Então, há uma avaliação
errada, e eu já tive reunião sobre isso com o Presidente do Sintran. Hoje, pela
manhã, tive reunião com todos os funcionários administrativos e tenho dito para
eles – e há uma maioria esmagadora que tem o mesmo entendimento – que há uma
avaliação errada, principalmente dos Agentes de Trânsito, no sentido de tentar
romper o processo de negociação, de diálogo, em cima de coisas menores. A
questão da mudança de categoria na habilitação está sendo avaliada pela Justiça
do Trabalho, não há nenhum problema, já disse isso para eles. Se o Judiciário
disser que é legal e a empresa puder pagar, não há problema, a gente vai fazer
o pagamento da mudança de categoria, apesar de eu continuar achando injusto,
porque não vem em benefício nem da Instituição, nem da população de Porto
Alegre. Então, nós continuamos no diálogo, não há nenhum problema, e vamos
continuar, para que a nossa relação com os funcionários da EPTC cada vez seja
mais transparente e de diálogo permanente, Ver. João Dib.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem, o Secretário Cappellari já nos atendeu sobre
outro tema.
A Casa
recebeu um ofício do Sindicato, e o Secretário já abriu uma reunião para
conversar especialmente sobre o processo, o PAD.
(Manifestação
fora do microfone do Sr. Vanderlei Cappellari. Inaudível.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Recebi todo o material na terça, na reunião do Comtu.
Então,
acho que os dois Secretários estão de parabéns, e nós agradecemos muito pela
presença de vocês.
Eu já
gostaria de lembrar ao Secretário e informar aos Vereadores que eu recebi o
Coronel Atamar, porque a Brigada Militar está atuando junto aos guardadores de
carro com bastante rigidez, exigindo identificação, exigindo uniforme, mas faz
uma demanda de que a Prefeitura regulamente, defina qual o órgão que fiscaliza,
que licencia. Eu formalizei ao Prefeito essa demanda da Brigada Militar. Então,
fica aqui o desafio, e acredito que a EPTC provavelmente deverá assumir esse
compromisso. Agradeço muito a presença de ambos os queridos Secretários e
encerro esse período.
Passamos
ao período temático de
Hoje, este período é destinado a tratar/debater o assunto Drogadição e Planejamento Familiar, proposto pelo Ver. Dr. Thiago Duarte e pelo Ver. Dr. Raul Torelly.
Convidamos
para compor a Mesa a Sra Sônia Dall’Igna, Delegada de Polícia do
Denarc, e o Dr. Gilberto Brofman.
O Dr.
Gilberto Brofman está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. GILBERTO BROFMAN: Boa-tarde
a todos! Eu queria iniciar agradecendo muito o convite feito pelo Presidente da
COSMAM, Dr. Thiago Duarte, para que pudéssemos estar presentes aqui, trazendo
alguma contribuição. Espero que isso possa gerar um debate que produza algum
fruto posterior a esta atividade organizada pela COSMAM e apoiada pela Escola
do Legislativo da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Vou
apresentar rapidamente algumas características da droga, especialmente do crack, que está constituindo um quadro
de epidemia bastante desastroso na nossa sociedade, no momento atual. Vou falar
de algumas características do usuário e dos desafios que tudo isso nos propõe.
(Procede-se
à apresentação em PowerPoint.)
O SR. GILBERTO BROFMAN: Achei
importante trazer algumas características do usuário, para que os senhores
possam perceber quem é a população alvo, quem é a população que corre maior
risco com essa epidemia. E, dentro dessas características, já se podem pensar
questões que dizem respeito ao planejamento de políticas de Saúde pública,
levando em conta as características do usuário, as características que o
prejudicam e as características que o favorecem, os fatores protetores também.
Este
diapositivo é para nos mostrar que seria uma ilusão completa imaginarmos que a
sociedade vá viver sem uso de drogas. O uso de drogas acompanha a humanidade
desde o início, começa com a embriaguez do Noé e vai assim por diante, mostrando
que o uso de substâncias, de drogas, hoje legais e ilegais, fazem parte da
sociedade. Que nós não tenhamos a ilusão de que isso vai ser abolido na
sociedade. Portanto, desde já, o objetivo é haver um controle, uma diminuição
de danos que essas substâncias podem causar.
Há pouco,
se falava em diminuição de acidentes de trânsito aqui na Sessão, e isso está
profundamente ligado ao uso do álcool, que é uma droga como qualquer outra.
Aqui nós
vamos ver um relatório da Organização das Nações Unidas sobre drogas. É um
relatório do ano de 2007, mas já nos dá uma ideia muito boa.
O que nos
interessa aqui é esse quadro de baixo, que mostra o percentual. Praticamente
metade da população mundial faz uso de álcool; em torno de 32% faz uso de
tabaco; em torno de 5% faz uso de drogas ilegais. Se a gente aplica esses
percentuais à população mundial, a gente já vê um número fantástico, um número
enorme de pessoas que estão envolvidas no consumo dessas substâncias. Portanto,
isso nos dá a magnitude do problema, o tamanho do problema com o qual estamos
lidando neste momento.
As drogas
têm vários aspectos, são várias as situações. Isso que eu estou colocando são
coisas conhecidas de todos, não é nenhuma novidade, mas é importante citar que
as drogas nos trazem problemas sociais, envolvem aspectos econômicos. O que se
gasta no sistema de Saúde para dar conta dessa situação e, ainda assim, é
absolutamente insuficiente, e são valores muito altos; há o impacto na saúde
das pessoas, os quadros de dependência geram consequências extremamente
severas. Os problemas sociais envolvem destruição de famílias, dos indivíduos,
etc.
Queria
fazer um breve histórico para a gente poder ter uma noção clara da situação da
evolução da cocaína para chegar no crack,
porque vamos lembrar que o crack é um
derivado da cocaína, é uma apresentação diferente da cocaína; quando a gente
fala em crack, nós estamos falando em cocaína.
A
cocaína, até 1900, por exemplo, era um ingrediente que fazia parte da
Coca-Cola, era um produto de comercialização livre. Você podia comprar cocaína
nas farmácias, isso nos Estados Unidos, havia no Brasil também, era uma droga
livre, não era uma droga considerada ilícita. Ela foi proibida nos Estados
Unidos através do Harrison Act, que é uma lei que proibiu o uso da cocaína em
1914. Isso ocorreu uns 10 anos depois na Europa, mas, como uma tendência
cultural, o uso da cocaína continuou por mais 10, 20 anos, porque a população
estava habituada a usar a cocaína.
Entre
1930 e 1970, o uso da cocaína permaneceu bastante baixo, bastante controlado. O
que aconteceu a partir da década de 1970, especialmente nos Estados Unidos?
Houve um processo que se chama desestigmação. Artistas passaram a usar cocaína,
esportistas, jogadores, pessoas públicas passaram a usar cocaína, e a cocaína perdeu
a característica de ser considerada uma droga ligada a situações fora da lei.
Ela passou a ser vista com glamour, e
isso influenciou, impactou muito essa geração, que passou a utilizar a cocaína.
Vocês devem lembrar muito bem essas figuras, esses filmes, como o do corretor
de sucesso da Bolsa de Valores, usando cocaína para ir a uma reunião, onde ele
faz negócios de valores altíssimos; ou o do esportista usando para ter uma performance melhor, etc. Isso passou a
dar um glamour para a cocaína, o que
foi desastroso, porque o aumento do consumo passou a níveis muito elevados,
numa situação crescente do uso da cocaína.
E o que
vem a ser o crack? Aqui vocês estão
vendo uma fotografia das famosas pedras do crack.
Eu já vou descrever quimicamente o que constitui o crack: ele é um derivado da cocaína, em forma sólida; a cocaína é
um pó, e o crack é sólido. Ele tem
esse nome curioso de crack, porque,
quando fumado, ele estala, faz um barulhinho parecido com um “crac”, por isso ganhou esse nome. Ele foi
desenvolvido nos Estados Unidos, quando algumas pessoas passaram a acrescentar
uma substância básica à pasta da cocaína, constituindo-se esse sólido que passa
a ser o crack.
Hoje saiu
no jornal Estado de São Paulo uma reportagem muito grande que nos informa que,
para cada quilo de cocaína, podem-se constituir quatro quilos de crack. Um quilo de crack pode ser partido em quatro mil pedras, em pedacinhos como
esse, que é a unidade de venda no mercado. (Aponta a figura na tela.)
Provavelmente, a Drª Sônia vai nos falar melhor sobre essa questão de mercado,
de preço, essa ilusão de que crack é
uma droga barata, ela não é barata. Ela é barata na unidade, mas o usuário tem
que usar quantidades crescentes, e ele passa a gastar muito. Daí decorrem
roubos, assaltos, violência, etc.
Aqui nós
temos um painel para mostrar que a cocaína, por ser um pó, pode ser utilizada
por forma aspirada pela mucosa nasal, e pode ser utilizada de forma endovenosa.
O crack, habitualmente, é fumado, é
aspirado diretamente para o pulmão, o que vai dar uma característica
farmacológica e farmacodinâmica para ele, muito distinta da cocaína.
Como eu
já falei, o crack é a cocaína em pó,
que recebe um alcaloide de amônia ou de carbonato de sódio, constituindo essa
pasta – como vocês viram – que contém de 30% a 90% de cocaína pura.
Aqui
mostra o que importa para nós e que nos traz uma consequência terrível: o
efeito do crack no cérebro é
praticamente imediato. Entre nós, como um gíria, dizemos que o crack é uma pancada no cérebro. Enquanto
a cocaína chega mais lentamente no cérebro e tem um efeito mais duradouro, o crack tem um efeito praticamente
imediato com duração muito curta. A consequência disso é que o crack faz com que o indivíduo tenha que
usar essa droga com muita frequência, porque ele entra em estado de
abstinência, começa a ficar ansioso e volta a utilizar a droga. Essa
característica farmacológica também faz com que o indivíduo crie rapidamente
uma dependência a essa substância.
Vou
apresentar mais adiante um estudo que mostra que, após um mês de experimentação
de drogas, em um grupo de usuários, 53% já faziam uso habitual da substância,
com apenas um mês de experimentação da droga. Essa situação é diferente com
outras drogas, como a maconha ou como a própria cocaína. Isso é o responsável
pelo desastre que é essa epidemia de crack.
Vejam um
aspecto técnico. O crack e a cocaína
fazem o quê? Interferem no sistema de prazer do cérebro; estimulam o mesmo
neurotransmissor que ocorre de forma natural e fisiológica, por exemplo, em
atividades que são prazerosas para o ser humano, como alimentação, atividade
sexual, jogo, vitórias, conquistas. Tudo isso estimula o mesmo sistema de
neurotransmissão, e o indivíduo que usa a droga está buscando essa sensação de
prazer.
Aqui
temos o sistema dopaminérgico, que é acionado pelo uso do crack, produzindo um efeito efetivamente. Isto que eu citei a
princípio, de que o homem utiliza drogas desde o início da humanidade ou desde
a época em que há registros, é porque a droga produz efeitos prazerosos; só que
a um custo absolutamente desastroso e impagável.
O que o crack produz? Empolgação; euforia;
sensação de bem-estar; aumento de capacidade física e mental; indiferença à dor
e ao cansaço; um estado alerta e sensível aos estimulas da visão, audição e
tato.
Ele acelera
o indivíduo. Não é à toa essa sensação de bem-estar, de poder que o indivíduo
apresenta, tanto que, boa parte dos crimes cometidos, esses crimes nas ruas, de
repente, o indivíduo está sob efeito de droga, de crack ou de cocaína, porque ele fica encorajado quando ele está com
esta droga, fica mais valente, fica mais arrogante, mais onipotente para fazer
um assalto à luz do dia, na frente de outras pessoas e etc....
O crack produz, também, ao mesmo tempo,
efeitos físicos no indivíduo. Produz uma taquicardia; produz aumento da pressão
arterial e da temperatura; produz dilatação das pupilas; aumenta a sudorese,
tremor muscular e produz uma excitação acentuada no indivíduo como um todo.
Ao mesmo
tempo, o indivíduo fica inquieto, ansioso e irritável. Quando começa a utilizar
um pouco mais, ou na continuação do uso, o indivíduo vai para condutas que são
extremamente agressivas, fica violento, fica paranoico, se sente perseguido,
fica depressivo, fica fora da realidade. Ele faz uma psicose momentânea, ele
está fora da realidade, e fica com memória e coordenação motora afetadas.
É
curioso, o apelido dos usuários, a Dra Sônia talvez conheça isso
melhor, o apelido do usuário de crack na comunidade de usuários de droga
é “noia”, “noia” de paranoia. Esse cara é um “noia”, porque ele usa crack, ele está sempre paranoico. Esses
efeitos são tão severos sobre o indivíduo, que os usuários de outras drogas
segregam o usuário de crack, porque ele fica um indivíduo alterado
com conduta diferente.
Ao mesmo
tempo, todo esse uso tem um custo, para a saúde física e mental do indivíduo,
que é terrível. Um custo pavoroso. O sujeito passa a apresentar problemas
cardíacos, pode ter parada respiratória, faz acidente vascular cerebral, uma
vez que aumenta a pressão e aumenta intensamente a pressão arterial; pode fazer
infarto do miocárdio, apresenta náusea, dor abdominal; há perda do apetite, com
consequente emagrecimento e debilidade do organismo.
Isso aqui
que está citado, do indivíduo fumar o crack e usar álcool concomitantemente
produz, no fígado, uma substância que se chama cocaetileno, que agrava ainda
mais todas essas condições que a cocaína e o crack já produzem por si só. O usuário geralmente usa essa técnica
para aumentar o efeito, utilizando álcool concomitantemente ao uso do crack.
Aqui,
para mostrar o que pode ser uma lesão vascular, um acidente vascular cerebral
induzido por crack. Essa é uma figura de corte post mortem de um indivíduo que morreu por AVC decorrente do uso de
crack. Isso é um corte feito no
córtex cerebral do indivíduo, mostra o sangramento, que é uma das consequências
comuns. Hoje nós vemos indivíduos jovens, de 30 a 35 anos, enfartando e fazendo
acidente vascular decorrente do uso dessas drogas.
Aqui,
para reforçar, o uso de crack no
período de gestação é terrível também para o bebê, que nasce menor, nasce com o
desenvolvimento cognitivo atrasado, nasce com uma série de consequências
induzidas pelo uso que a mãe fez de crack
ou cocaína ao longo da gestação.
Portanto,
não há dúvida nenhuma em a gente poder dizer que o crack é a droga que, disparadamente, mais causa devastação no
organismo do usuário, e devastação de todo o tipo, inclusive cognitiva, porque
mesmo que esse indivíduo, posteriormente, se torne abstinente e pare com o uso
da substância, ele já está comprometido com uma cognição menor. Isso se torna
mais grave ainda quanto mais jovem é o usuário. Nós temos no Hospital São
Pedro, na unidade infantil, crianças de oito, nove anos usuárias de crack. Essas crianças podem até parar
com o uso de crack, mas elas estão
com o seu futuro bastante comprometido do que seria o seu desenvolvimento
normal.
Muito
bem, encerro, com isso, esses aspectos técnicos da droga. Vamos falar alguma
coisa do perfil do usuário. Quem é o usuário preferencial, o grupo de risco que
está sujeito ao uso de crack? Esse é
um trabalho feito por pesquisadores de São Paulo, essa pesquisadora, a Nappo, é
uma das que mais pesquisa isso no Brasil. E o perfil, o sujeito de risco para o
uso de crack, está aqui: ele é homem,
é jovem, é solteiro, tem classe socioeconômica baixa, baixo nível de
escolaridade, sem vínculo empregatício formal. Isso já nos diz o seguinte: este
é o grupo de risco; em qualquer campanha que se pense em prevenção, esse é o
grupo prioritário, não é exclusivo, mas é prioritário para se fazer uma
campanha de prevenção.
O padrão
de uso do crack é o padrão
compulsivo, em que o indivíduo usa o crack
e múltiplas drogas e acaba desenvolvendo atividades ilícitas para buscar
dinheiro ou drogas para manter o seu uso, que é bastante imperioso para o
indivíduo. Ele tem que usar a droga, ele se sente compelido a usar a droga. A
dependência de maconha, de drogas químicas, tem outra característica. Esta
droga é mais severa que as demais.
Aqui um
estudo nos mostra o que acontece com o indivíduo que está dependente do crack. Vejam, são indivíduos jovens, em
um segmento de cinco anos, 131 usuários, 17,6 indivíduos jovens, na faixa de 20
a 30 anos, morreram. E eles morrem por causas diversas: homicídios, overdose,
Aids, hepatite e outras causas. Então, isso mostra que os usuários de crack têm alta mortalidade, eles são
pessoas que estão em alto risco.
Vejam o
que acontece nos últimos anos, no Hospital Psiquiátrico São Pedro: o perfil de
atendimento é semelhante à pesquisa que eu mostrei anteriormente, da
pesquisadora Nappo, que fez o trabalho em São Paulo, e mostra o seguinte: 90%
dos pacientes internados na unidade adolescente, de 12 a 17 anos, e 50% dos
pacientes na unidade infantil, de 6 a 12 anos – vejam a idade –, são usuários
de crack. Isso é uma novidade que
começou a acontecer de 3 a 4 anos para cá e pegou todo o Sistema de Saúde de
surpresa. Essa epidemia que eu procurarei mostrar aos senhores é avassaladora e
vem galopando, e todos os órgãos públicos correm, a reboque disso para tentar dar
conta desse impacto terrível que essa droga constitui.
Ainda
algumas características do usuário: com o crack,
não existe o chamado “uso social” ou “uso recreativo”. O caminho entre
experimentação e dependência é muito rápido. Uma pesquisa com 25 usuários
revelou que 52% fazem uso frequente da droga, menos de um mês depois de
experimentá-la. Então entre o caminho da experimentação, da curiosidade de
experimentação e da dependência é muito curto. Então, é uma droga que apresenta
um perigo intenso por conta disso. Vejam que 52% dos consumidores têm entre 13
e 20 anos, e 40% têm entre 20 e 30 anos. De novo, temos o grupo de risco a ser
atingido por campanhas de prevenção.
Como é
que a gente pensa o paciente, quando o médico tem que decidir o que fazer com
esse usuário? Internar? Não internar? Hoje há uma discussão bastante intensa
sobre internação compulsória. Existe a internação compulsória, que é
determinada pela Justiça, e a internação involuntária, que o médico solicita.
Com o pedido de um familiar, o médico faz a internação e tem 72 horas para
comunicar o Ministério Público. Sobre a questão de internar involuntariamente
ou não esses usuários, a gente tem que pensar algumas questões.
Nós temos
três possibilidades aqui: indivíduos que estão pouco motivados, indivíduos
motivados e indivíduos muito motivados. Aqui é descrito mais ou menos – os
senhores estão lendo aí – quais são as características que envolvem essas
diferenças, porque existe o indivíduo que quer se tratar, assim como existe o
usuário que nega maciçamente que tem um problema. Ele usa droga constantemente,
mas ele diz que não tem um problema. Dependendo do nível de motivação, nós
vamos constituir a decisão de como encaminhar e de como tratar esses
indivíduos.
Além da
motivação, nós temos um outro componente para levar em conta nesta decisão do
que fazer com esses pacientes, que é a questão do paciente estar muito
dependente ou menos dependente. Então, no conjunto dessa avaliação do usuário é
que se determina o tipo de tratamento, para que aparato do sistema de Saúde
pública a gente vai encaminhar esse usuário.
Nós temos
aqui os recursos mais abertos, que, dependendo da avaliação do indivíduo, são
os ambulatórios de saúde mental, os consultórios públicos e privados, os grupos
de ajuda mútua, que vão dar conta de alguns usuários num determinado nível da
dependência e da motivação que eles apresentam. Vejam que aqui já apresenta uma
bomba, na medida em que a situação do usuário vai se complicando, vai ficando
mais sério o caso do indivíduo.
Aí já
vamos partir para Caps – Centros de Atenção Psicossocial –, os Caps Álcool e
Drogas – Caps AD –, ou o hospital-dia, que também é uma outra modalidade que
deveria estar presente no Sistema de Saúde, mas que, infelizmente, ainda é
muito escasso no nosso meio contarmos com esses recursos. Aqui nós já temos uma
bomba crescendo um pouquinho de tamanho.
Finalmente, nós temos os usuários mais severos, quando não temos alternativas a não ser encaminhá-los para hospitais gerais, hospitais psiquiátricos, clínicas de tratamento e comunidades terapêuticas, porque esses usuários não têm mais condições de serem atendidos em partes do Sistema de Saúde de funcionamento mais aberto.
Isso
tudo, essas características dos usuários nos ajudam a pensar num planejamento
para o Sistema de Saúde.
Indo um
pouco adiante, nós podemos pensar – acho que a Dra Sônia vai nos
falar melhor sobre prevenção; o Denarc tem um trabalho importante na área – que
pode haver níveis de prevenção primária, porque é um processo de educação no
uso de drogas e é um processo que também induz condutas que dificultam a
entrada da droga.
Aqui
quero fazer um aparte lembrando esta Câmara que o que temos de experiência, o
que temos sentido nas comunidades é que a melhor atitude preventiva é o
envolvimento da comunidade. Se a comunidade se envolve na questão, se a
comunidade passa a determinar que o uso de drogas, o uso do crack não é charmoso, que é feio, é
coisa de um indivíduo que está doente, que isso não agrega nada de bom à
pessoa, há uma tendência de ter um refluxo nessa epidemia de uso do crack. Se a comunidade não se envolve,
atitudes isoladas de boa vontade do Governo, ONGs ou outras instituições têm
pouca repercussão nas campanhas de prevenção, especialmente no nível primário.
Aqui
temos o nível de prevenção secundário, que é voltado à população de risco, para
indivíduos que já usam a droga de forma eventual e recreativa. Esse tem que
estar em parceria com outros programas de prevenção de saúde.
Finalmente,
o nível de prevenção terciária, já voltado às pessoas com dependência bem
estabelecida.
Aqui
temos os fatores de risco, que mostram que, na verdade, se a gente olhar, têm a
ver com famílias desestruturadas, têm a ver com exposição à droga – comunidades
que estão expostas a drogas; aí, com certeza, entra o trabalho da Polícia
fazendo repressão, diminuindo a oferta da droga nas comunidades.
Existem
fatores de risco para crianças mais velhas, pré-adolescentes, que têm a ver com
insucesso na escola, fraca ligação com a escola, atitudes positivas em relação
ao uso de drogas, etc. Esses são fatores que devem ser levados em conta quando
se planeja um sistema de prevenção, um sistema para tentar diminuir essa
questão.
Existem
fatores ambientais, privação econômica e social, disponibilidade de drogas,
fases de transição do indivíduo, do adolescente, normas comunitárias favoráveis
ao consumo de drogas; por exemplo, em algumas comunidades, o traficante é um
herói, é visto como um Robin Hood, alguém de sucesso. Isso é um erro e faz com
que muitos jovens e crianças vão atrás dessa linha.
Os
fatores de proteção são elementos que podem proteger os indivíduos:
estabilidade psicológica dos pais – obviamente, uma família estruturada evita
situações de risco; bons modelos parentais; realizações acadêmicas;
envolvimento em atividades comunitárias e sociais.
Hoje, o
Governo Federal está anunciando um plano de alocar R$ 4 bilhões para o combate
à epidemia do crack, e uma das coisas
que coloca no seu plano é o desenvolvimento de centros comunitários, para que
esses jovens da periferia de bairros socioeconômicos de menor poder aquisitivo
tenham para onde ir, tenham uma alternativa ao uso da droga nessas comunidades.
A meu ver, esta é uma atitude correta: que esses indivíduos tenham atividades,
tenham instituições capazes de segurar essa fase da vida, para que eles não se
envolvam, para que haja uma dificuldade maior de a droga entrar nessas
comunidades.
O consumo
de crack já é uma epidemia no Brasil;
isso nós já sabemos. No Rio Grande do Sul, isso foi bem detectado com a mudança
abrupta no perfil de pacientes que procuravam o Hospital São Pedro, tanto em
nível de urgência quanto em nível de internação. E já não se pode abordar isso
com tratamento padrão. Nós estamos frente a uma epidemia, e epidemia se
enfrenta com atitudes especiais, extraordinárias.
Isso foi
constatado já por vários pesquisadores. Aqui, para vocês verem, a mudança de
perfil no Hospital São Pedro: esse índice, o F 14, que mostra 12% da
percentagem, e o F 19, que mostra 21%; ou seja, praticamente 32% dos pacientes que
procuram o Hospital são usuários de crack.
Esses dois códigos de doença internacional se referem aos usuários de crack. Vejam, por exemplo:
esquizofrenia, nós temos 8%; pacientes com transtornos afetivos, 3%; uso de crack, 32%. De pacientes que procuram o
Sistema de Saúde, especialmente o São Pedro, vejam a percentagem alta de
pacientes que são dependentes do uso de crack.
Nós temos
essa epidemia presente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; não há cidade do
Interior, por menor que seja, que não tenha a presença de crack entre os seus jovens. Essa explosão aconteceu nos últimos
dois a quatro anos.
A
quantidade encontrada com traficantes – a Dra Sônia vai nos falar
sobre isso – já é muito maior do que a de cocaína. Há um cálculo feito pela
Polícia Federal de que hoje se consome, no Brasil, de 800 quilos a 1.200 quilos
por dia de crack. Esse é um cálculo
conservador.
O aumento
da violência é indissociado do uso abusivo e prevalente de crack. Então, não temos mais dúvidas de que estamos frente a uma
epidemia. Isso ocorre em São Paulo – vejam aí alguns dados de São Paulo –, no
Rio de Janeiro e em praticamente todas as cidades brasileiras. O crack está absolutamente capilarizado
na sociedade.
Vejam
também aqui esses índices como são alarmantes. Os usuários de crack e cocaína, hoje, correspondem de
50% a 80% da demanda do Sistema de Saúde; e 40%, nas cidades grandes, procuram
os serviços por dependência do crack.
O uso de
outras drogas ou de outras substâncias aumenta o risco para se chegar às
drogas: o uso de tabaco aumenta o risco para o uso de maconha; o uso de maconha
aumenta o risco para o uso de cocaína, que aumenta o risco para o uso do crack.
Neste
esquema, não está incluído o álcool, mas ele entra nisso perfeitamente, tanto
que a abstinência concomitante de álcool é básica no tratamento do indivíduo.
Nós dizemos, de forma corriqueira, que o álcool é a porteira para o uso da
cocaína e do crack.
A abstinência é fundamental para o tratamento e deve passar por todas as
substâncias que o indivíduo usa.
É preciso
que esse usuário mude o seu estilo de vida; ele não consegue ficar abstinente
se ele segue frequentando os mesmos lugares, a mesma turma com quem ele usava
drogas, e tendo os mesmos hábitos. Assim, é muito difícil ele poder sair do uso
dessas substâncias.
A taxa de
recaída é alta. Os pacientes saem bem, dizem-se bem, mas recaem com bastante
frequência. Mas, hoje em dia, há uma mudança em relação à percepção do que
constitui a recaída do indivíduo. Se no passado tínhamos uma sensação de
fracasso frente a uma recaída, hoje se aceita que a recaída faz parte do
percurso de um usuário, que isso pode acontecer, não quer dizer que ele perdeu
tudo que ele conquistou com o tratamento, e se aceita que eventualmente isso
vai fazer parte da trajetória do indivíduo que é um dependente e que vai passar
a ser um usuário que está em abstinência. Portanto, não se considera mais que a
recaída seja uma falha do tratamento, e recaída tampouco é sinal de pouca
motivação e não anula os ganhos já conquistados pelo tratamento, ela faz parte
dos altos e baixos.
Temos
pela frente remédios que vão mudar esse panorama, que diminuem a fissura; eles
já estão em uso, e há uma série de novos remédios que estão prestes a entrar no
mercado. Já se pesquisa vacinas que tiram o prazer que a droga induz. Portanto,
já há uma concepção bastante diferente, e teremos, em breve, novos auxílios
importantes de fármacos e técnicas para tratar o usuário.
Vemos,
então, que dependência ao crack é uma
doença multifatorial. Vai haver o surgimento de novas drogas para o tratamento,
avanços no entendimento, no manejo e condutas terapêuticas, com consequente
diminuição de preconceitos e tabus.
A
epidemia do crack causou um pânico no
Sistema de Saúde na questão da Atenção à Saúde Mental. Está aqui um esquema do
sistema que deve dar conta da Saúde Mental e de como tem que ser a
inter-relação: Atenção Terciária, hospital-dia, Centro de Atenção Integral à
Saúde Mental, hospital psiquiátrico, unidade psiquiátrica no hospital geral,
envolve as instituições que desenvolvem a Atenção Primária. Todo o Sistema de
Saúde tem que estar envolvido nesse processo.
Percebemos
a precocidade do uso de drogas, é impressionante isso. A definição de alguns
itens: do que seria uso, abuso e dependência, uso pesado – são termos técnicos
que se utilizam.
Finalmente,
para encerrar, eu quero deixar a colocação de que abuso de drogas é um
comportamento evitável, e dependência de drogas é uma doença tratável. Os
sistemas de saúde, os legislativos devem dar o melhor, contribuir, para que busquemos
este objetivo. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Queremos agradecer ao Dr. Gilberto, foi bastante larga e
profunda a exposição.
A Sra
Sônia Dall’Igna,
Diretora da Divisão de Ensino e Prevenção do Denarc, está com a palavra.
A SRA. SÔNIA DALL’IGNA: Boa-tarde
a todos. Eu quero aqui cumprimentar a Presidente da Casa, Sofia Cavedon; quero
agradecer a oportunidade de vir aqui, quero cumprimentar o nosso palestrante, o
Dr. Gilberto, pela brilhante exposição; todos os Vereadores aqui presentes que,
pela presença, dão-me esta honra de ocupar este espaço tão nobre para
representar o Denarc – Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico.
Também quero cumprimentar os servidores da Casa, a imprensa, as senhoras e os
senhores.
Na
qualidade de Diretora da Divisão de Prevenção e Educação do Denarc, nós temos
um tipo de exposição um pouco mais popular. Nós não temos dados da área
psiquiátrica, temos os dados que nos chegam no dia a dia, no nosso trabalho nos
pontos de drogas, na observação, na pesquisa. E estando aqui com esta função de
fazer este trabalho, de fazer este esclarecimento, eu posso dizer que, em
primeiro lugar, estou honrada em fazê-lo.
Estamos
aqui trazendo para os senhores o nosso conhecimento diuturno do uso de drogas.
E eu quero dizer que muitos dos nossos pontos, Dr. Gilberto, coincidem com a
sua palavra, com a sua pesquisa, mas nós temos isso no conhecimento diuturno,
estamos preocupadíssimos com a movimentação de traficância no nosso Estado.
No nosso
Estado, como foi bem dito pelo Dr. Gilberto, não há Município que ainda não
conheça o crack. Embora eu vá aqui
falar de outras drogas, de maneira rápida, o crack é, sim, uma grande preocupação.
Mas,
iniciando a nossa fala, eu tenho um trabalho que é desenvolvido na Divisão de
Prevenção e Educação, que pertence ao Denarc e que tem o apoio da própria
chefia de polícia, com um caráter exclusivamente preventivo.
O nosso
trabalho é ir às escolas, ir ao Exército, ir aos grupos de empresas privadas.
Participamos, por exemplo, durante o mês de novembro, da Semana de Prevenção ao
Acidente de Trabalho; entretanto, a empresa privada também abriu os olhos para
essa necessidade.
O nosso
ambiente de trabalho está ficando cada vez mais amplo. Estamos nos preocupando,
imensamente, em nos aproximarmos da comunidade, porque através dela é que nós
estamos encontrando colaboradores para que lutemos mais fortemente contra a
entrada da droga nos nossos lares, para o uso dos nossos jovens.
A nossa
preocupação é tamanha, que nós estamos desenvolvendo projetos que têm a
finalidade de ir até as escolas estaduais na sua íntegra, e esse é o primeiro
passo, para depois trabalharmos também em Unidades de Saúde.
Como eu
falei, nós estamos sendo convidados por empresas privadas; o Exército, também,
em razão dos recrutas, porque o Exército se preocupa com o recruta que advém de
um lar conflitado, que, muitas vezes, já vem com o hábito, o uso de algum tipo
de droga. Então, o Exército também está querendo o nosso trabalho de prevenção.
Esta mão
é um símbolo da ONU, que eu faço questão de divulgar. (Mostra fotografia.) É um
símbolo que significa o seguinte: a mão que nós temos aqui é uma mão suja de
sangue, é a mão de um usuário. Então, a Internet traz este símbolo da ONU com o
seguinte alerta: que o usuário é, sim, um dependente; sim, é um doente; ele,
sim, precisa de atendimento, mas ele não pode abster-se da responsabilidade de
movimentar a máquina do tráfico, Verª Sofia. Por quê? Porque o usuário tem a
responsabilidade de estar movimentando essa máquina de moer gente, como nós
sabemos, que é o tráfico de drogas.
Então, o
usuário vem com a seguinte desculpa: “Não, eu estou usando a minha droga ali no
meu cantinho, e eu não estou prejudicando ninguém!” É uma falácia, não é verdade.
No momento em que ele está usando a sua droga, quieto no seu cantinho, ele
movimentou a indústria da droga. Ele captou para si essa responsabilidade.
Como eu
digo, não houvesse o usuário, não haveria traficância. É a lei da oferta e da
procura.
Então, nós
temos que ter essa visão muito lúcida a respeito da figura do usuário. Ele hoje
não vai preso; nós temos a Lei de 2006, pela qual ele recebe uma advertência,
faz uma prestação de serviços à comunidade, e, por último, ele tem a
obrigatoriedade de participar de algum curso, de alguma coisa nesse sentido,
mas a sua liberdade é preservada. Então, é uma tendência internacional; estamos
também nessa tendência, e eu acho bastante satisfatório que tenha começado
assim esta liberação do usuário, mas nós não podemos tapar os olhos com as mãos
e não termos a noção de que o usuário movimenta essa máquina.
O
conceito de droga – eu não vou cansar os senhores –, na verdade, é qualquer
substância introduzida no organismo, que modifique o comportamento, que
provoque alguma alteração no
comportamento psíquico ou físico, cause algum tipo de modificação. Esse é um
conceito internacional bastante simplificado que a gente sempre gosta de
colocar no início das nossas palestras.
A droga –
bem como o Dr. Gilberto falou – acompanha o homem desde o início dos tempos. Lá
nos primórdios da civilização, a droga já era colocada como algo que fazia
parte do cotidiano. Não é por menos que as feiticeiras, na Idade Média, tinham
as suas poções para feridas, infecções, partos, tudo advindo da vegetação, de
raízes, de caules. Portanto, esse histórico todo nos demonstra que a droga tem
essa origem, está ao lado do homem desde
os primórdios dos tempos. E a palavra “droga” também tem uma origem
bastante antiga, lá no hebraico; a palavra sofreu algumas modificações – está
aí no quadro para os senhores verem –, mas sempre com uma finalidade, um
significado originado de folhas, de vegetais. A palavra droog significa folha seca. Então, nós temos esse histórico para
comentar com os senhores. E como disse também o Dr. Gilberto, nosso palestrante
de Mesa, o álcool é mencionado na Bíblia, nos relatórios do grande Faraó
Ramsés, que teve, na sua urna funerária, boticas, pequenos potes de vinho que o
acompanhariam na vida após a morte. Então, vejam que, lá nos faraós, nos
primórdios da civilização, nós já tínhamos a notícia de droga; e o álcool, como
os senhores sabem, é uma delas.
Temos a
droga do cotidiano, que são as drogas lícitas: café, coca-cola, chimarrão,
guaraná em pó, paracetamol, ritalina. Nós somos um povo, aqui no Brasil, que
tem a sua farmacinha em casa, que demonstra que nós estamos familiarizados com
drogas lícitas, mas, como não estão colocadas na legislação como ilícitas, nós
podemos tomar o nosso chimarrão. Uma amiga minha que foi viajar para a Alemanha
levou um pacote de erva de chimarrão na sua bagagem e quase foi presa pela
polícia alemã, que é bastante severa nessa parte. Mas, fora isso, todas essas
drogas aqui listadas são lícitas.
Sobre a
classificação de lícitas e ilícitas. Nós estamos sabendo, por exemplo, que
existem drogas lícitas, como o álcool e o cigarro, que já têm suas limitações
parciais: sabemos que não há como fumar em ambientes fechados, ambientes de
serviço público. O álcool já está com uma limitação bastante importante: não se
pode beber antes de dirigir, a Lei Seca está aí para que todos nós tenhamos
respeito por essa condição, porque o álcool é uma droga que, apesar de lícita,
causa enormes prejuízos para cognição e reflexos. E dirigir alcoolizado,
realmente, é motivo de preocupação, porque o álcool é causador de um universo
de acidentes terríveis, causando a morte de muitos jovens.
Entre as
drogas ilícitas, que nós vamos falar aqui, temos maconha, cocaína, crack, LSD, êxtase. Nós vamos passar
rapidamente por esse universo de drogas.
São
depressoras, estimulantes e alucinógenas. Para ser bem breve nessa área, as
depressoras são as que diminuem as atividades neurocerebrais, que é o caso do
álcool e da maconha. As estimulantes são as que aceleram o metabolismo,
portanto aceleram a atividade neurocerebral, em que nós temos todos os
derivados da cocaína: o crack, o
êxtase, que é uma droga sintética que também tem essa capacidade de acelerar o
metabolismo. E temos as alucinógenas, que criam uma realidade inexistente. São
químicas ou advindas da natureza, como é o caso de alguns cogumelos, mas a
capacidade delas é fazer com que se tenha visões, situações nas quais se cria
uma realidade inexistente.
Não
poderia deixar de dizer que o álcool é muito preocupante, Dr. Gilberto, porque
nós temos um levantamento que nos diz que, em termos de periculosidade, nós
temos o álcool no alto da cadeia, em razão de todo tipo de acidente que produz
e também de todo problema de violência doméstica. Vamos trabalhar com o
seguinte raciocínio: para os senhores terem uma ideia, eu trabalhei no DECA –
Departamento Estadual da Criança e do Adolescente –, e lá nós tínhamos uma
movimentação de 80% de violência doméstica, todas elas motivadas por drogas,
mas, em especial, pelo álcool. Então, a violência doméstica tem no seu âmago o
uso do álcool, entre outras drogas que nós vamos falar em seguida.
As
características do álcool – eu sempre costumo falar sobre essa transparência
que está aqui na tela para vocês, para professores, para alunos, para adultos da
rede de professores e mestres que nos procuram –, eu sempre digo que são três
fases: a fase do macaco, que é aquela das pequenas doses, quando a pessoa fica
mais tranquila, mais alegre, mais desinibida; depois a fase do leão ou do
tigre, que é quando explode aquela violência que está ali encerrada e, naquele
momento, se liberta, que é o caso da violência doméstica; e temos a fase do
porco, que é quando se bebe demais e passamos mal, ressaca, etc. Por fim,
devido ao uso prolongado, ali no Hospital Espírita há uma quantidade enorme de
usuários de álcool que estão fazendo seus tratamentos porque já atingiram a
fase da esquizofrenia adquirida, que vem diretamente do abuso do álcool.
Não vou
me aprofundar aqui, mas posso dizer que, em termos de estatística, 75% dos
acidentes de trânsito com morte são relacionados ao álcool; 39% das ocorrências
policiais – e aqui eu falo especificamente da violência doméstica – são
decorrentes do uso do álcool; e 40% das consultas psiquiátricas, neste País,
também estão, de uma maneira ou de outra, relacionadas com o álcool.
A
maconha. Eu costumo dizer que a maconha, apesar de ser uma droga mais leve,
efetivamente podemos reconhecer que a maconha é uma droga mais soft, se é que a gente pode dizer assim,
mas, sem dúvida nenhuma, ela é a porta de entrada para drogas mais pesadas. Na
nossa experiência com usuários de drogas, senhoras e senhores, Srs. Vereadores
aqui presentes, eu nunca vi um usuário nos confessar que começou direto no crack: “eu comecei usando crack”. A esmagadora maioria das vezes,
ele começou com a maconha. Ele teve o álcool na família; começou com a maconha,
a maconha foi um trampolim, passou para a cocaína e passou para o crack, porque o crack é mais barato do que a cocaína; então é uma questão de ter
condições de suprir o próprio vício. Aliás, nós já vamos terminar com essa
história de o crack ser mais barato.
De qualquer maneira, é muito interessante que se esclareça, principalmente –
acredito que aqui a maioria seja pai ou mãe; quem não é, será... O que eu costumo
dizer é que nós queremos o nosso jovem correndo atrás dos seus ideais, queremos
os nossos jovens perseguindo os seus objetivos, estudando, festejando com os
seus amigos, – é isso o que queremos para o nosso jovem; não queremos o nosso
jovem – e é como ele fica sendo usuário de maconha – ensimesmado, quieto num
quarto jogando video game, não
querendo a luz do sol. É o que acontece com o usuário da maconha: ele fica no
seu próprio mundo, e ele não tem condições, em razão da perda memória – às
vezes é de 30% a perda da memória recente. Nós não queremos que o nosso jovem,
o nosso filho, o jovem que a gente conhece não consiga passar num vestibular
porque não consegue apreender as matérias, as disciplinas; ele não consegue,
digamos assim, competir com um jovem que está de cara limpa, para falar de uma
maneira bem clara. Ele também não vai conseguir passar num concurso público! É
isso o que queremos para os nossos jovens? Não, nós queremos o nosso jovem
cheio de sucesso, perseguindo os seus objetivos maiores, sendo feliz – é isso o
que queremos do nosso jovem. Por isto é que temos uma grande preocupação com o
uso da maconha: prejuízo da memória, situações em que ele perde a sua vontade,
perde o seu ímpeto de viver de uma maneira convencional.
Os
estragos causados pela maconha são indiscutíveis: prejuízo à memória – temos
estudos que demonstram isso; a maconha tem efeitos cumulativos – quanto mais se
fuma maconha, mais prejuízos nós temos.
O skank, é bom que os senhores saibam, é
uma maconha potencializada, cultivada em ambiente hídrico; ela é hidropônica,
como pode ser visto naquele quadrinho lá em cima, à direita, numa estufa. É um
processo caro! O skank é uma maconha
cara! Chega pouco aqui ao Rio Grande do Sul, mas, quando chega, ela é consumida
por uma classe mais elevada da sociedade.
Tudo
aquilo que se dizia da maconha pode se potencializar com o skank.
Senhores,
para terem uma ideia, para falarmos de uma maneira bastante prática – já que os
números nos demonstram –, a maconha que temos aqui, que chega para nós, ela tem
2,5% de tetrahidrocanabinol, que é a substância psicoativa. O skank chega a ter 17,5% da substância
psicoativa. Então, todos aqueles efeitos da maconha que o usuário sente são
potencializados, num aumento de 15%, se é que podemos mostrar dessa maneira a
força dessa maconha potencializada.
Sempre
digo que a nossa maconha, a que circula por aí, como ela tem capim moído
misturado, tem fezes de animais e tal, nem os 2,5% de tetrahidrocanabinol ela
tem. Então, o jovem pensa que está comprando uma maconha, mas, na verdade, ele
está ali fumando outras substâncias que lembram vagamente a maconha.
O Diretor
está me lembrando aqui que estivemos num evento, há pouco tempo, no Rio de
Janeiro, onde estavam reunidos 30 policiais do mundo inteiro, representando 17
países, e havia, na Suécia e em outros países bastante desenvolvidos, uma outra
visão das drogas. Inclusive, uma das coisas que nos chamou a atenção é que, nas
baladas da Suécia, havia uma máquina em que o usuário podia testar a sua droga.
Essa máquina era fornecida pelo Governo, para ver se a qualidade da droga
correspondia a seu valor. Para nós, isso é impensável! Essa maconha, por
exemplo, de que eu falei para vocês, não passaria nesse teste. Controle de
qualidade da droga! Se a droga não fosse boa, ela não seria consumida.
Cocaína.
A cocaína é uma substância que nós já sabemos do que se trata. Ela advém da
coca, e dela vieram vários “filhotinhos”, se é que podemos dizer dessa maneira.
Temos o crack, que já foi devidamente abordado
pelo Dr. Gilberto, e o crack,
realmente, é algo extremamente preocupante. O crack não é barato, e é aqui que eu vou falar a respeito da questão
de que teve, digamos assim, essa aceitação toda, por ser mais barato. Tem este
cálculo que nós fizemos aqui: custando R$ 5,00, nós fazemos o cálculo de que um
usuário, em momento de necessidade máxima, ele usa 40 pedras/dia – porque
sabemos que o usuário do crack, em
razão da rapidez do efeito do crack,
ele precisa da próxima pedra urgentemente –, então, o que nós temos ali? Nós
temos R$ 6.000,00 ao mês – se a pedra ainda custasse R$ 5,00, porque ela já
está custando de R$ 8,00 a R$ 10,00. Então, senhores, fazendo um cálculo, R$
6.000,00 por mês... Os usuários do perfil que o Dr. Gilberto apontou, que são
homens jovens, sem emprego fixo, em geral da periferia, onde é que eles vão
conseguir R$ 6.000,00 para alimentar o seu vício de crack? É daí que então advêm os crimes contra o patrimônio – com
lesão à vida ou não, mas os crimes do patrimônio, todos eles, na maioria das
vezes, hoje têm o crack atrás de si,
têm uma droga em especial como o crack, porque
o crack escraviza, esta é a verdade,
e, escravizando, ele se torna um instrumento para obter a próxima pedra. Ele se
troca pela pedra, as meninas trocam o corpo pela pedra, os rapazes vendem tudo
o que têm em casa pela pedra, e assim sucessivamente.
E o oxi,
é bom que se fale, o oxi foi apreendido, Delegado Oliveira; no início deste
ano, chegou pela primeira vez aqui. O oxi é outro filhote da cocaína. O crack, ele tem a mistura de bicarbonato
de sódio, o que tornava o processo um pouco caro também, e tem acetona, entre
outras coisas; o crack tem outros
elementos químicos extremamente severos. O oxi, então, substituiu o bicarbonato
de sódio, a acetona por gasolina, querosene, ácido de bateria. Então, uma das
coisas que nós temos que levar em consideração é que o oxi é um destruidor de
fígados, de cérebros, de rins. Nós temos uma pesquisa realizada pela Associação
Brasileira de Redução de Danos, em parceria com o Ministério da Saúde, que está
acompanhando cem usuários de oxi, e, no decorrer de um ano, 30% desses usuários
haviam falecido – por várias razões, mas, em geral, por falência de órgãos,
porque, convenhamos, o fígado humano não foi feito para processar gasolina, não
foi feito para processar querosene. Não temos como transformar o corpo num cyborg para poder suportar esse tipo de
processo que acontece no interior do organismo; então é uma grande preocupação.
Graças a Deus, não estamos tendo tanto a chegada do oxi como imaginávamos, ele
está vindo assim de uma forma bem parcimoniosa.
Este
(Aponta para o vídeo.) é um
quadro onde aparecem os danos ao usuário de oxi, elencando aqui cada um dos
órgãos afetados do corpo e como eles são afetados.
A merla –
é bom que os senhores saibam – é uma droga que também é filhote da cocaína. Ela
tem uma mistura mais líquida, por isso tem esse nome, tem uma aparência de
melado, de mel, sendo muito popular nos arredores de Brasília, na população
pobre da periferia, nos municípios-satélites de Brasília. Ela não vem muito
para cá, mas também causa características específicas no corpo humano, e,
principalmente, o usuário recende a merla. A merla sai pelos poros, e tu
reconheces o usuário pelo cheiro adocicado, enjoativo, misturado com alguma
coisa de combustível também. Ela não pegou aqui porque precisa ser misturada
com um cigarro comum ou com um cigarro de maconha para poder ser fumada, há uma
logística, tem que misturar, fazer, etc., enquanto que o crack já vem prontinho, já vem em pedra. Então, talvez por uma questão
até de comodismo, ela não pegou, não está entre nós.
O ecstasy, como eu falei no início, é
estimulante, é uma droga vendida para se usar em baladas. O metabolismo é
acelerado, o corpo fica com 42 graus de temperatura, o usuário usa muita água.
Os organizadores dessas grandes raves
já vendem água a preço de ouro e não vendem bebida alcoólica, porque bebida
alcoólica com ecstasy é overdose, e
eles não estão aí para se incomodarem; então, eles só põem água. O ecstasy é comercializado nessas grandes
festas, com um prejuízo muito grande ao organismo desses jovens, porque essa
aceleração toda do metabolismo cobra depois; é uma semana de prostração e
vários outros danos ao metabolismo.
O LSD é
uma droga alucinógena que causa efeitos como ouvir uma música e sentir um
cheiro; sentir um cheiro e ver cores, porque ele vai diretamente ao lóbulo
cerebral e modifica quimicamente os processos da visão, da audição e do olfato.
Eu gosto
sempre de alertar que os solventes e os inalantes desapareceram de Porto Alegre.
Em 1999, os usuários de solventes e inalantes eram os meninos que cheiravam as
mangas das camisetas no inverno de Porto Alegre, era o famoso loló, como bem
alertou aqui a Presidente. Por que não temos mais o uso de solventes e
inalantes? Porque o crack tomou
conta, senhores. Há o lado bom e o lado ruim disso: o loló desapareceu, mas crack absorveu essa clientela.
A heroína
não é usada aqui. Nós não gostamos de drogas injetáveis. A heroína, em geral, é
aplicada endovenosamente, e o povo brasileiro não gosta dessa forma de
aplicação. Por outro lado, o efeito da heroína é depressor, então a pessoa
dorme. O brasileiro também não gosta disso; o perfil do brasileiro é de gostar
de estimulantes. Acho que talvez em razão do medo da Aids também, nós não
entramos na seara da heroína.
O cristal
é uma droga preocupante, porque é uma metanfetamina poderosa, usada por
caminhoneiros e por mulheres da noite, já que também tem um aspecto sexual, mas
é destruidor. (Referindo-se a imagens do PowerPoint.) Essa imagem mostra os
efeitos do cristal na boca, tanto que, muitas vezes, o cristal é usado através
do ânus, com uma seringa sem agulha, porque é uma mucosa e absorve os efeitos
da metanfetamina e não causa esse estrago todo na boca do usuário.
Agora vou
mostrar exemplos de mutações, no caso, o da cantora Amy Winehouse.
(Referindo-se a imagens do PowerPoint.) Esta imagem mostra ela quando era
hígida, saudável, no início da carreira; depois, já declinando, nos últimos shows, ela esquecia as letras e não
conseguia cantar durante os shows. A
imagem mostra os detalhes da pele e a falta de dentes, que é típico também do
uso de drogas, entre outros detalhes. As imagens mostram o antes e o depois,
para os senhores verem; na foto pequena, em um show no Brasil, ela estava totalmente fora de si, drogada em uma
sacada. E, depois, já sabemos, em julho de 2011, ela veio a falecer. Ela teve
um histórico de uso de todas as drogas possíveis e imagináveis. Eu sempre
dizia, uma moça tão talentosa, era um laboratório de drogas ambulantes.
(Referindo-se
a imagens do PowerPoint.) Efeitos em pessoas que captamos as imagens da
Internet, que são pessoas que começaram a usar drogas e, em quatro anos, elas
ficaram com essa aparência de zumbi.
(Referindo-se
a imagens do PowerPoint.) É uma menina que entrou várias vezes nas delegacias
de Nova Iorque, em Manhattan, nos Estados Unidos, e a gente vai vendo a perda
do brilho dos olhos até ficar completamente envelhecida, arruinada pela droga.
Outros exemplos, antes e depois, todas as pessoas que tiveram contato com a
droga e não conseguiram sair.
À
síndrome de abstinência, eu também não vou me deter, o usuário de crack usa a próxima pedra, mas nem é
mais pelo prazer, é para não entrar na síndrome de abstinência, que é um
horror. É uma sensação de morte próxima, é o que dizem os usuários.
(Referindo-se
a imagens do PowerPoint.) São grandes artistas, atores, músicos, que morreram
de overdose ou por causa do uso da droga. Nós colocamos esse painel, que são
rostos conhecidos, mas eu vou dizer de milhares que são desconhecidos, morrem
também, e nós não temos essa estatística, porque a overdose não aparece
nominada. Ela aparece como um ataque cardíaco, falência de órgãos, mas não
aparece como overdose. Então, nós temos esse painel de pessoas talentosíssimas,
que se despediram da vida em razão do uso de drogas.
Os
porquês: a gente sempre pergunta por que os jovens usam. Curiosidade, espírito
de aventura, imaturidade, pressão dos amigos, problemas familiares, timidez,
falta de informação e vontade de fugir da realidade.
Eu não
vou nem falar a respeito dos sinais, talvez numa outra ocasião, mas quem é pai,
quem é mãe, quem é professor consegue ver a diferença comportamental. Além de
drogas, como eu falei no início, o usuário tem agora outras medidas, são
medidas de restrições, mas não são de perda da liberdade, é uma tendência
internacional.
(Referindo-se
a imagens do PowerPoint.) São fotos do trabalho do Denarc. Na criatividade, a
boneca com a roupinha amarela que os senhores estão vendo estava recheada com
cinco quilos de crack. A Operação
Anjos da Lei – o Diretor vai falar –, nós temos um trabalho muito bonito no
Denarc, que está acontecendo.
A
estatística, depois vou repassar para a Casa para quem estiver interessado,
para saber, está atualizada até o dia 30 de novembro. São toneladas e toneladas
de maconha, cocaína, crack, ecstasy e LSD.
Bom, o
nosso telefone, 0800518518, é uma das melhores ferramentas que se tem notícia
para fazer a comunidade nos auxiliar nesse trabalho incansável de combater o
uso de drogas. É a comunidade que nos informa a respeito do que está
acontecendo, e nos pede providências. De imediato, o nosso setor de
inteligência processa a informação, a pessoa não precisa se identificar, ela
também não precisa ter certeza, ela pode ter uma suspeita, nós vamos averiguar.
Isso tem acontecido de uma maneira intensa, a aproximação do Denarc com a
comunidade, trabalhando ombro a ombro.
A equipe
da Divisão de Prevenção e Educação que está à disposição de todos. Foi
distribuída aos senhores a nossa cartilha de drogas, de prevenção, juntamente
com um fôlder nosso, e estamos à disposição para que nos procurem, para que nos
perguntem, para que a gente possa auxiliar de alguma forma.
Encerrando
a minha parte, quero dizer que foi um prazer e agradecendo o espaço. Muito
obrigada a todos.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós estamos com o tempo bastante esgotado, mas temos a
honra de tê-lo conosco. Normalmente, o período temático prevê a fala dos
Vereadores, talvez tenhamos que fazer muito brevemente. Estamos ao vivo pela
TVCâmara, significa que esse tema é muito importante, todos esses dados estão
sendo compartilhados com muita gente e serão repetidos.
O Sr.
Joel Souza de Oliveira está com a palavra.
O SR. JOEL SOUZA DE OLIVEIRA: Sou atualmente Diretor do Denarc, quero cumprimentar todos
os presentes, saudar a Verª Sofia Cavedon, que preside este ato, o Dr. Elói
Guimarães, o Ver. Oliboni, o Ver. Dr. Thiago, que nos fez esse convite, o Ver.
Luiz Braz, os demais Vereadores, que eu não conheço pessoalmente, as senhoras e
os senhores, o Dr. João Cândido, nosso amigo, com quem tive o prazer de
trabalhar. Para nós, é uma satisfação muito grande estar aqui mostrando algumas
coisas do que a Polícia Civil, através do Denarc, está fazendo em prol da nossa
sociedade. Eu vejo a questão das drogas não como um problema de polícia, mas
como um problema de Saúde pública que tem que alcançar toda a nossa sociedade,
pois é um problema social. Quero dizer aos senhores que, desde que assumimos o
Denarc, nós estamos trabalhando muito forte na repressão e também não podemos
esquecer da prevenção. Estamos lá no Denarc organizando a questão da divisão de
prevenção, cuja titularidade está com a Delegada Sônia, que vem fazendo
palestras para mais de 15 mil pessoas. E nós queremos trabalhar forte na
prevenção, porque entendemos que a prevenção é o grande caminho para a salvação
da nossa juventude. Não adianta nós só reprimirmos. Como Diretor do Denarc,
chegando ao Denarc, agora em janeiro deste ano, nós criamos lá uma Delegacia de
Lavagem de Dinheiro, porque não adianta bater na estrutura do traficante, pois
o tráfico de drogas é um crime organizado, são verdadeiras empresas.
Eu vejo
aqui um diploma da ADESG, eu faço parte desta Associação e, quando fiz o curso
lá, o meu trabalho de conclusão foi sobre a hierarquia do tráfico. Depois,
passei a ser convidado a palestrar sobre isso porque realmente existe uma
hierarquia, desde o “vaporzeiro”, que está na frente de uma escola, falado pela
Delegada Sônia... Nós desenvolvemos, somos até criticados, às vezes, junto ao
Denarc, uma Operação chamada Anjos da Lei – em breve, divulgaremos os números
-; essa Operação Anjos da Lei – nós assim a denominamos, porque ela é baseada
em um seriado que passava, tempos atrás, na televisão, em que os policiais
ficavam nas proximidades das escolas – começou em maio, e, ao redor, das
escolas nós já prendemos, até o mês passado, 80 traficantes que passavam drogas
para os nossos alunos.
Voltando
ao tema de lavagem de dinheiro, por que nós criamos no Denarc uma Delegacia de
Lavagem de Dinheiro? Porque nós precisávamos bater na estrutura do tráfico. Eu
não sei se os senhores observaram a diminuição dos homicídios em Alvorada. Lá,
foi preso um dos grandes traficantes de Alvorada, e, até o final de semana,
deve sair alguma coisa no jornal sobre o inquérito de lavagem de dinheiro.
Então, a Justiça passou para o uso da Polícia um land rover, uma casa onde o Denarc vai atuar na Operação Verão –
será a extensão do Denarc na praia –, um apartamento, e tudo isso voltará para
o Estado para tratamento de pessoas viciadas e para combater a própria droga.
Então, há um apartamento de cobertura na Av. Assis Brasil e várias coisas. Nós
prendemos um traficante que tem três postos de gasolina em Novo Hamburgo. Quer dizer,
a gente está batendo em cima de tudo isso na Delegacia de Lavagem de Dinheiro.
Também estruturamos lá o canil, porque o cão de faro é importante para o nosso
trabalho, até porque ele faz, em pouco tempo, o que dez policiais levam muitas
horas para fazer, para encontrar a droga.
Então, eu
quero dizer a todos os senhores que, desde que o Denarc chegou... Ontem mesmo,
eu dei uma entrevista para uma emissora de TV, demonstrando a minha
preocupação, pois, só neste ano, para os senhores terem uma ideia, a Polícia
Civil prendeu mais de cinco toneladas de drogas. Os outros órgãos que compõem a
estrutura da Segurança pública do nosso Estado prenderam outro tanto igual a
esse. Nós já superamos a apreensão de dez toneladas de drogas. Então, imaginem
os senhores o que isso significa! Eu fui diretor de outro departamento, o
Departamento de Polícia do Interior, que tem competência também em todo o
território no Interior do Estado, e, agora, estou lá no Denarc, que também tem
competência para atuar em todo o território do Estado do Rio Grande do Sul. E,
ontem, eu falava sobre as nossas fronteiras e fiquei muito contente quando vi a
Presidente da República mencionar essa questão. As nossas fronteiras estão a
descoberto! Nós temos, entre Santa Rosa e Três Passos, 300 quilômetros de água
só no Rio Uruguai, e, quando eu fui Diretor do DPI, nós fizemos várias
apreensões ali. Então, preocupa-me bastante a questão das fronteiras, mas,
ontem, para meu contentamento, eu vi a Presidente dizer vai trabalhar firme
nisso, inclusive vai aumentar o efetivo de policiais nas nossas fronteiras,
porque é de lá que vem a droga.
Eu faço
um curso na Espanha, no mês de julho eu estive lá e, conversando com um grupo
especial da polícia de narcóticos, eles disseram que fazem as apreensões em alto
mar. Não vou dizer que a droga não chega na Espanha ou em Portugal, ela chega,
mas as grandes apreensões de 15, 20 toneladas são feitas em alto mar.
Só para a
gente fazer uma reflexão, há pouco nós vimos uma operação da Polícia Federal no
Rio de Janeiro para a retomada do Complexo do Alemão e vimos na mídia a
apreensão de 40 toneladas de drogas. Como é que essas 40 toneladas chegaram lá?
Eu digo isso só para reflexão. Não quero fazer nenhuma crítica às instituições
que têm que coibir isso aí, pois eu sei das dificuldades, e também não quero
fazer críticas aos colegas que me antecederam no Denarc. Esse recorde que
batemos nessas apreensões que fazemos e as operações que estamos fazendo no dia
a dia demonstram que o tráfico, lamentavelmente, está aumentando, mas fica esta
é a reflexão: como se apreendem toneladas e toneladas de drogas, quando não
deveríamos deixar que esse tráfico acontecesse?
Mas
estamos trabalhando; eu, pelo menos, não me sinto derrotado. Sou Diretor do
Departamento, nós temos uma equipe de funcionários, e eu acho que a nossa
sociedade não pode se sentir derrotada frente à questão das drogas. Hoje, no
Denarc, pensamos que a Polícia tem que estar próxima da sociedade, das
comunidades. Temos vários projetos desde que assumimos o Denarc, 50 projetos na
esfera administrativa, para fazer a inclusão social daquelas pessoas dentro do
próprio Departamento. Nós temos que ter um auditório dentro do Denarc para que
as pessoas façam esse trabalho que a Delegada Sônia faz, de prevenção,
verifiquem o que está acontecendo e no que nós podemos ajudar para salvar as
nossas crianças da droga.
Eu trouxe
um vídeo institucional do Denarc, que elaboramos agora, para os senhores
verificarem a estrutura do Departamento, o que cada setor faz, qual a
competência de cada um deles e no que estamos trabalhando.
Lá no
Denarc, estamos à disposição dos senhores, temos vários projetos, como falei, e
a nossa intenção é de fazer um trabalho... Quando o nosso Governador era
Ministro da Justiça, estive em Brasília e verifiquei a preocupação com as
nossas fronteiras, era o projeto Prefon, que ainda está em andamento. Nós temos
que nos preocupar com as nossas fronteiras. Vamos passar um vídeo para os
senhores verificarem a estrutura do nosso Departamento e o trabalho que lá está
sendo realizado.
Vejo o
Ver. Oliboni e digo que, em uma outra oportunidade, nós precisamos conversar
sobre o projeto de inclusão social lá no Morro da Cruz. Temos que voltar a
conversar sobre isso.
(Procede-se à
apresentação de vídeo.)
O SR. JOEL SOUZA DE OLIVEIRA: Então, senhores, esta parte sobre a qual eu fiquei para
falar para os senhores é para mostrar a estrutura do Denarc, como ele está
atuando no combate ao tráfico de drogas no nosso Estado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Delegado Joel.
O Ver.
Thiago Duarte está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Obrigado,
Sra Presidente. Primeiro agradeço a presença de todos: do Dr.
Gilberto Brofman, da Delegada Sônia, do Delegado Joel; é uma satisfação tê-los
aqui. Agradeço ao conjunto dos Vereadores presentes aqui até este momento, que
certamente se interessam muito pelo tema.
Esta é uma ação da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude; temos aqui o Ver. Aldacir Oliboni e o Ver. Dr. Raul Torelly – que é Secretário da Frente Parlamentar Antidrogas –, que também me ajudaram nesse processo. Nós temos feito, de forma descentralizada, um exaustivo trabalho pela Cidade.
Eu
gostaria só de retomar três questões que eu julgo bastante importantes. A
primeira, iniciada, pinçada aqui, Dr. Gilberto, se refere a uma das questões
que mais me impressionam dentro da Medicina: é o fato de as crianças já
nascerem viciadas. Hoje em dia, infelizmente, nós temos uma ala no nosso hospital,
o Hospital Presidente Vargas, de filhos de mães dependentes, que, infelizmente,
acabam tendo que ficar no hospital em função da síndrome de abstinência.
E queria
mostrar só três diapositivos para salientar. A primeira coisa é que,
efetivamente, como foi falado aqui pelos nossos palestrantes, o álcool é o
início do processo. Disso não se tem dúvida. A idade média de consumo, em Porto
Alegre é 12,5 anos, segundo um dos últimos estudos. Notem que o álcool é o
início do processo.
E as
outras duas coisas, Srª Presidente, que eu queria pinçar, para ser bem
objetivo, são questionamentos que os pais que estão nos vendo em casa têm que
se fazer. Primeiro: você sabe com quem os seus filhos andam? Se não sabe, tem
que procurar saber. Você consegue protegê-lo a fim de evitar contatos que
facilitem comportamentos inadequados? Você, como pai, consegue fazer isso? Se
não consegue fazer isso, tem que procurar uma forma de fazê-lo. Você conhece os
pais dos amigos dos seus filhos? Na modernidade, com toda a correria do dia a
dia, se não conhece os pais dos amigos dos seus filhos, está na hora de retomar
isso. Você se sente respeitado pelo seu filho ou não? Se não se sente
respeitado, nós temos que ver o que está havendo no relacionamento de vocês e
se há um problema de drogadição. Sabe onde buscar ajuda e recuperar a sua voz
em relação ao seu filho?
Então, eu
peço que os pais que estão em casa façam uma profunda reflexão com relação a
esses cinco aspectos. Na sala de aula, é importante que os professores façam
essa reflexão, que as escolas façam essa reflexão.
A escola
possui uma rede de apoio, de proteção, interna e externa capaz de ter
informações, assessoria e um tratamento? A escola sabe que sobrevoa ao lado da
escola algum traficante? A escola sabe que existe algum menino que serve de
“aviãozinho” na escola? Se não sabe disso, a escola tem que reformular a sua
rede. A escola sabe onde procurar por ajuda médica ou ajuda policial preventiva
ou ostensiva? Se não sabe, a escola tem que ser repensada. Essa rede que permeia
a escola, tanto de tratamento médico quanto de tratamento psicológico e de
assessoramento do Conselho Tutelar, por exemplo, é uma rede coesa ou há uma
disputa entre o Conselheiro Tutelar e o professor pelo espaço? Se não for
coesa, tem que se buscar alternativa.
O
professor se sente respeitado pelos colegas e alunos e sabe onde buscar apoio
para desenvolver isso?
Então,
deve haver uma profunda reflexão nas escolas sobre esses quatro aspectos.
E, para
terminar, Presidente, a última situação é a atenção aos sintomas. É fundamental
fazer o diagnóstico. Não adianta dizer que não vai acontecer com a minha
família, com a família de qualquer um de nós, com a família do telespectador
que está em casa. Infelizmente, essa questão da drogadição é extremamente
democrática: não escolhe casa, não escolhe cor, não escolhe credo, não escolhe
classe social. E atenção aos sintomas: emagrecimento acentuado, agressividade,
delírios e paranoias. E, principalmente, atenção ao sinal físico: se há
queimadura na ponta dos dedos e na boca tem que se pensar na questão do crack e na questão da drogadição,
independentemente da família. Tem que se pensar nisso, porque, se não se faz o
diagnóstico, não se faz o tratamento e acaba-se tendo muita dificuldade para
reverter esse quadro. Muito obrigado, Sra Presidente, nossos
palestrantes e Vereadores que se fizeram presentes.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada pela iniciativa, Ver. Dr. Thiago Duarte.
O Ver.
Dr. Raul Torelly está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. DR. RAUL TORELLY:
Sra Presidente, Verª Sofia Cavedon; quero cumprimentar aqueles que
nos visitam e que nos deram essas excelentes palestras: Delegado Joel, Delegada
Sônia e Dr. Gilberto, e dizer que este assunto da drogadição me motiva há
muitos anos, são trinta anos como médico, atuando nas nossas populações mais
pobres.
Eu vejo
que estamos, na realidade, numa epidemia; nós temos um vírus. Não é o vírus do
HIV: é o vírus da drogadição, é o vírus do crack.
Como é que nós podemos fazer para curar isso? Não tem cura. Tem a diminuição de
impacto.
O Denarc
mostrou aqui muito bem as suas ações; foi criado em função dessa modificação da
sociedade, que cada vez mais se defronta com o problema. Nós estamos num país
que não é um grande produtor de drogas, mas a América do Sul é: o Peru, a
Bolívia e a Colômbia são os grandes produtores de cocaína no mundo. Ainda bem
que nós não fazemos fronteira com o Afeganistão, porque, senão, nós teríamos
aqui também o ópio, a heroína e por aí vai.
Então, se
nós temos, hoje, no País, em torno de um milhão de viciados em crack, que é o que se fala – não estou
falando em mil nem em dois mil; é um milhão -; se falamos que, no Rio Grande do
Sul, há pouco tempo, tínhamos cinquenta mil, hoje já devemos ter bem mais que
isso; quando falamos nas “cracklândia”,
o que nós temos? Rio, São Paulo? Não! Nós temos a “cracklândia” ali na Vila do Cachorro Sentado. Se você entrar dez
metros, sair na frente do Bourbon e atravessar a Av. Ipiranga, você entra numa
rua e há quinze pessoas ali com um cachimbinho de crack.
Então, o
que nós vamos fazer? Como nós vamos nos comportar como sociedade?
Nós
sabemos que as drogas, o crack, em
especial, detonam o cérebro, o fígado; que eles matam em seis, sete anos; que
eles matam também em função dos homicídios que eles provocam, em função das
brigas, das dívidas de drogas. Então, como fazer isso? No Rio de Janeiro, por
exemplo, eles estão com as UPPs. Botaram uma UPP lá no Complexo do Alemão, por
exemplo, e diminuíram drasticamente os homicídios; praticamente ninguém mais
morre lá. Morriam dezenas; agora, em um ano, parece, morreram duas pessoas, e
foram homicídios que não tinham nada a ver com a droga. Então, é bem claro que
a presença da droga é que motiva todo esse grande círculo vicioso. E é nessa
areia movediça que nos estamos movendo. Estamos largando agora quatro bilhões
de reais, e aonde é que isso vai parar não sabemos. Nós sabemos da dificuldade
que é o tratamento dessas pessoas, sabemos que precisamos ter um sistema que
realmente funcione, que identifique. Na minha visão, o usuário deve ser
criminalizado, porque se trata de uma epidemia, e, se tu não incidires
diretamente sobre o vírus, tu não consegues resolver a epidemia. Acho que se
tem que criminalizar o usuário, porque, se tu liberares a droga, tu vais fazer
o quê? Com que essa epidemia se alastre cada vez mais, com que a droga esteja
muito mais disponível para todas as classes sociais do que está hoje. Nós
sabemos que as cracolândias nas sextas-feiras estão cheias de gente, e durante
a semana não tanto. Por quê? A sazonalidade, as baladas, isso tudo também tem o
seu fundamento nisso aí. Então, estamos num ambiente muito complicado de se
trabalhar. Sou totalmente favorável também à internação involuntária, determinada
pela família e abonada pelo laudo médico, porque, senão, vamos passar dois,
três anos, o próprio usuário “para mim não tem problema, não tenho nada”, e
roubando tudo dentro de casa e não vai ser internado... Essa é que é a questão.
Na realidade, nós temos que trabalhar sempre no sentido de qualificar o sistema
de saúde pública, para que ele atenda a drogadição com qualidade. Hoje não
temos. Aqui no Rio Grande do Sul, ampliamos um pouco os leitos hospitalares
para os usuários de crack, mas falta
muito mais do que a ampliação de leitos; falta a desintoxicação, falta as
fazendas terapêuticas terem qualidade para ser credenciadas pelo serviço
público para haver lá um período grande de desintoxicação, sem falar que as
famílias têm que ser comprometidas. Mesmo assim, as pessoas, pelos seus
neurônios afetados pelo resto da vida, vão estar sempre à mercê para cometer
alguma coisa, para voltar para a droga. Então, estamos tratando de uma situação
extremamente difícil, mas o Poder Público tem que dar uma dinâmica que resolva
pelo menos essa questão intermediária, já que, quando o mal estiver feito,
ficará muito difícil, e o mal está feito para muitas pessoas.
Então,
temos que atacar a prevenção, que é aquilo que foi falado aqui: as fronteiras.
Como essa drogas entram aqui? Há o grande traficante e o usuário, mas o usuário
de crack em seguida se transforma num
traficante, porque ele vai quebrar as suas pedrinhas e vendê-las para o
próximo; vai querer ganhar dinheiro para conseguir a própria droga, através da
droga.
É muito
difícil a situação, mas eu acho que com pessoas como vocês, conhecedoras do
assunto, que estão trabalhando, ampliando o conhecimento sobre esse assunto,
chegando nas escolas, tentando fazer uma modificação nessa sociedade, vai
melhorar. Nós sabemos que os Estados Unidos já enfrentaram o crack; hoje já não é tanto. Temos que
pegar a experiência de onde já aconteceu, para que possamos melhorar a
situação. Se o crack for eliminado,
virão outras drogas como o oxi e
assim por diante.
Eu queria
deixar esta mensagem de que não podemos deixar de continuar na luta, mas,
realmente, é uma luta dura, difícil, e o Governo tem de se comprometer de uma
maneira firme, forte e num sentido único: que todos puxem a corda para o mesmo
lado. Muito obrigado. Saúde para todos!
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sra Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, dado o adiantado da hora, eu queria apenas saudar os nossos visitantes.
Lastimo não estar aqui no início, mas quero aqui empenhar a minha militância, o
meu empenho no combate por uma Cidade, por uma sociedade legal. Já tive
inúmeros contatos, na história dos últimos anos, com o Denarc, e, no período em
que fui Secretário, pude ter esse contato mais direto, e tive uma inestimável
contribuição com o Denarc nas coisas que fazia na Prefeitura, na SMIC. E vejo
que agora a Polícia Civil tem um foco muito claro, muito importante, combate ao
grande crime, crime organizado, narcotráfico, roubo de carro, roubo a banco.
Vocês estão de parabéns! Amanhã tenho uma reunião com o Delegado Ranolfo, com quem vou discutir algumas questões, inclusive uma retomada ao fórum de combate à pirataria, porque os senhores e senhoras sabem que, muitas vezes, eles fazem escambo entre produtos pirateados e produtos do narcotráfico, e outras coisas do gênero.
Estou
feliz por estar aqui junto a pessoas tão batalhadoras da Polícia Civil.
Parabéns e avante. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra no período
temático de Comunicações.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sra Presidente, primeiro quero cumprimentar os
nossos visitantes e dizer que este é um tema de toda a sociedade. O trabalho
que os senhores e as senhoras estão desenvolvendo está na linha correta, e
quero aqui ratificar a atuação no programa lançado, ontem, pela Presidenta
Dilma, destinando quatro bilhões de reais para serem investidos na União, nos
Estados e nos Municípios, inovando na atuação com os laboratórios ambulantes
para andarem pelas cidades e ajudarem no enfrentamento dessa questão. Acho que
é um compromisso nosso buscar a unificação dessas três esferas, e, apesar de
não terem sido convidadas, deveriam estar aqui as Secretarias Municipais da
Segurança, da Juventude e da Ação Social, porque os Municípios precisam estar
muito bem integrados – esse Programa precisa ter essa unificação institucional.
Então, Presidente, eu quero aqui propor a possibilidade de se trazer essas Secretarias do Município aqui para atuarem junto com esses Programas do Governo Federal e do Estado, uma política unificada, principalmente a Secretaria Municipal de Segurança, a Secretaria Municipal da Juventude e a da Ação Social. O trabalho que os senhores estão fazendo, na lógica de ensinar, prevenir, e reprimir tem que ter essa conexão. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Comassetto a sugestão é muito boa, já vamos deixar essa
missão para COSMAM, e podemos pensar, como Casa, para o ano que vem, quem sabe
um seminário.
O Ver.
Toni Proença está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Verª
Sofia, Dr. Gilberto Brofman, Delegada Sônia, Delegado Joel, quero agradecer por
terem nos brindado para que a gente aumente um pouco o conhecimento sobre esse
problema que, na verdade, é uma epidemia em todo o Brasil.
Eu queria
deixar uma sugestão aqui para o Dr. Thiago, o Dr. Raul e o Oliboni, que são da
COSMAM. Ouvindo atentamente a palestra de todos, eu me dei conta de que esse é
um problema que tem que ser tratado na comunidade, no território, um problema
que tem que atender às circunstâncias de cada comunidade. Eu acho que a COSMAM
poderia liderar, junto com a Escola do Legislativo, um curso de capacitação
para as lideranças comunitárias, para que elas possam enfrentar esse problema
nas suas comunidades, e isso poderia ser feito, por meio de convite, a
palestrantes como vocês e outros que vocês indicarem, sob a liderança da COSMAM
e com a parceria da Escola do Legislativo. Essa era a contribuição que eu
queria fazer.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem, já estamos colhendo sugestões para a nova gestão.
O Ver.
Aldacir Oliboni está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidenta, também quero saudar o Dr. Gilberto, a
Delegada Sônia, o Delegado Oliveira. A palestra foi muito importante, porque
nos convencemos, cada dia mais, que o Poder Público tem que trabalhar muito
nessa direção, instituindo, de fato, os Caps, os centros de recuperação não só
para desintoxicação, mas também para um tratamento continuado. Nós percebemos
que o Hospital São Pedro, inclusive, tem um trabalho para os adolescentes; há a
ideia de ampliar os serviços, mas não tem tido apoio dos Governos Federal,
Estadual e Municipais; disponibilizam áreas e espaço para tal. Espero que
prospere essa iniciativa do Governo Federal, agora, não só de fazer esse
programa em nível de Estado e de Município, mas também institucionalizá-lo com
as lideranças comunitárias, enfim, preparar esses centros. Que Porto Alegre e o
Estado do Rio Grande do Sul se acordem para isso, porque nós, inclusive,
ouvimos os Governos dizerem, como disse ontem a Presidenta Dilma, que há R$ 4
bilhões, e a população diz o que nós podemos dizer: a gente não vê as coisas
chegarem aqui! Esperamos que cheguem, mas, para isso, temos que elaborar
projetos que possam institucionalizar a construção dos Caps, a ampliação do
serviço nos hospitais, sejam eles públicos ou filantrópicos, com parceria com o
Poder Público, porque assim não há vagas! Nós ouvimos aqui, para os senhores
terem uma ideia, os conselheiros tutelares dizerem que há 500 pessoas nas
filas, que não conseguem internação. Temos a Clínica São José, que é paga. Das
comunidades terapêuticas que nós temos, três são conveniadas com a Prefeitura,
com dez vagas cada uma, não sendo utilizadas todas essas vagas.
Então, é
preciso que esse tema seja continuado e debatido, mas que aconteça, senão os 60
mil usuários – como foi dito pelos senhores – vão continuar sem assistência. É
um desafio, é uma provocação? É, por isso temos que nos debruçar sobre esse
tema, porque muitos são os que não têm condições de ser internados, pois não
têm condições de ter um plano de saúde. Desses 60 mil, diria que 80% não
conseguem acessar esse serviço. Então, parabenizo vocês pela explanação e dou
um recado: acordem, porque senão a coisa vai ser pior ainda! Obrigado, e um
abraço!
(Não revisado
pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Sra Presidente, Dr. Gilberto Brofman; Delegada Sônia Dall’Igna; meu
amigo Joel Souza de Oliveira, Delegado do
Denarc; acho que esta foi uma tarde extremamente fecunda, do ponto de vista da
ampla exposição sobre a temática da doença, trazida aqui pelo Dr. Gilberto.
Estamos vivendo uma epidemia nacional. Por outro lado, quero cumprimentar a
atuação da Polícia Civil. Há dois dias, homenageamos aqui a Polícia Civil pelos
170 anos de bons serviços prestados à sociedade gaúcha.
É uma situação que nos inquieta pela tragédia a que todos
estamos submetidos. Agora, fica a questão do ponto de vista não do usuário, que
é um doente, mas sim do ponto de vista do produtor do veneno, do produtor da
droga. Aqui já foi colocado que não é um problema estritamente de polícia, mas
há necessidade, sim, de uma gigantesca repressão à fonte, que promove
exatamente a produção e distribuição da droga. Nós temos os órgãos de Segurança, mas nós temos que buscar isso aí nas tocas em
que estiverem, porque é uma tragédia. Nós estamos assistindo uma tragédia
nacional de proporções, muito bem demonstrada pelos senhores.
Quero
saudá-los pela brilhante intervenção e pelo número de situações que foram
postas aqui, muito boas. A comunidade tem que estar junto, ela é um meio de
prevenção. É necessária a união de todos para que a comunidade se rebele contra
isso que está levando ao flagelo a Nação brasileira. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Ver. Elói.
Quero
também agradecer a presença do Delegado Joel Souza de Oliveira, da Sra
Sônia Dall’Igna e do Dr. Gilberto Brofman. Nós tivemos aqui quase que um
seminário. Eu tenho certeza de que os Vereadores que puderam estar todo o tempo
saem com muito mais instrumentos para qualificar as suas intervenções. Gostaria
de ofertar violetas para a nossa querida Sônia.
(Procede-se
à entrega das flores.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Os homens também receberão, porque nós sabemos da tarefa
árdua que é lidar o tempo inteiro com problemas de destruição da vida, do
crime. Nós queremos que a vida de vocês tenha grandes compensações.
(Procede-se
à entrega das flores.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC.
Nº 3333/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 190/11, de autoria dos
Vereadores Fernanda Melchionna e Pedro Ruas, que institui como Área Especial de Interesse Social III
(AEIS III) a área correspondente aos 16 ha (dezesseis hectares) em que se
encontra instalado o Jockey Club do Rio Grande do Sul.
PROC.
Nº 3497/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/11, de autoria da
Verª Lurdes Ágata Guiconi, que
institui o Programa Hortas Comunitárias.
PROC.
Nº 3735/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/11, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que concede o Diploma
Honra ao Mérito ao senhor João Alziro Herz da Jornada.
PROC.
Nº 3740/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/11, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que
inclui a Corrida de São Jorge no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio de
2010 – que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário
Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários
e revoga legislação sobre o tema –, alterada pela Lei nº 11.141, de 21 de
outubro de 2011, a ser realizada no segundo domingo anterior ao dia de São
Jorge.
PROC.
Nº 3748/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/11, de autoria do Ver. João Antonio
Dib, que concede o Diploma
Honra ao Mérito ao delegado Rodrigo Lorenzini Zucco.
PROC.
Nº 1592/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/11, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que
estabelece medidas para garantir às pessoas com deficiência auditiva
acessibilidade aos serviços públicos municipais.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 3719/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/11, de autoria do Ver. Paulinho Rubem
Berta, que concede a Comenda
Porto do Sol ao senhor José Luiz Schaedler.
PROC.
Nº 3754/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 048/11, que inclui inc. XXII no art. 1º da Lei nº
8.689, de 28 de dezembro de 2000 – que atribui verba de representação aos
cargos que menciona e dá outras providências –, atribuindo verba de representação
para o cargo de Secretário Adjunto do Gabinete de Assuntos de Gestão em Saúde
(GAGS), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
PROC.
Nº 3772/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/11, que altera o caput, a al. “b” do
inc. I e as als. “b” e “c” do inc. II do § 1º do art. 1º, os incs. I, V e IX do
caput e inc. II do parágrafo único do art. 3º, o caput e o § 1º do art.
4º, o parágrafo único do art. 5º, os arts. 6º e 8º e o inc. I do art. 9º;
acrescenta art. 2º-A e inc. III no parágrafo único do art. 3º; revoga os incs.
VII e VIII do caput do art. 3º, todos da Lei Complementar nº 650, de 27
de agosto de 2010 – que dispõe sobre a regularização de obras civis não
cadastradas existentes no Município de Porto Alegre e revoga a Lei Complementar
nº 599, de 21 de outubro de 2008 – dispondo sobre a regularização de
habitações.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não há quem queira discutir a Pauta.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h30min.)
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